Muito além da estética, o exercício físico tem se mostrado um dos mais eficazes aliados da saúde mental.
Estudos científicos comprovam que a prática regular de atividades, mesmo em intensidade moderada, é capaz de reduzir sintomas de ansiedade, depressão e outros transtornos psíquicos, promovendo equilíbrio emocional e qualidade de vida.
Pode soar como promessa exagerada, mas hábitos simples, como levantar-se diariamente no mesmo horário e incluir uma rotina básica de exercícios, já são suficientes para provocar mudanças profundas no cérebro.
Isso acontece porque, durante a prática, o corpo libera uma série de neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar.
Entre os principais estão:
● Endorfina: analgésico natural, gera prazer e relaxamento;
● Dopamina: associada à motivação, foco e recompensa;
● Serotonina: regula humor, sono, apetite e ansiedade;
● Noradrenalina: aumenta a disposição, energia e estado de alerta.
Além disso, o exercício físico contribui para a redução do cortisol, hormônio ligado ao estresse, e estimula a produção de BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), que protege e estimula o crescimento de neurônios, favorecendo a memória e aprendizado.
Se os benefícios físicos das atividades, como melhora da força muscular, da saúde cardiovascular e o controle de peso, já eram amplamente conhecidos, hoje fica evidente que seus efeitos na mente são igualmente valiosos.
A prática regular não apenas fortalece o corpo, mas também se consolida como um “remédio natural” no combate a transtornos emocionais.
Neste caso, podemos dizer que pessoas sedentárias apresentam maior risco de desenvolver transtornos emocionais e complicações relacionadas à saúde mental.
A boa notícia é que a prática regular de atividade física, mesmo em doses pequenas, pode fazer toda a diferença.
Pesquisas apontam que 30 minutos de exercício, três vezes por semana, já são suficientes para promover benefícios significativos, comparáveis aos obtidos com acompanhamento psicológico ou, até mesmo, com o uso de medicamentos.
No entanto, é importante ter em mente que uma prática não substitui a outra. O ideal é que os cuidados se complementem, potencializando os resultados e ampliando o bem-estar.
Outro ponto importante é que não existe uma modalidade obrigatória: qualquer movimento é melhor do que nenhum.
Caminhar, pedalar, dançar ou treinar musculação são exemplos de atividades que geram efeitos positivos. Com o tempo, ao se tornar um hábito, o exercício promove melhoras expressivas, tanto no corpo quanto na mente.
Referências:
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