“Rei Lear” reestreia no Teatro Alfredo Mesquita

Espetáculo da Cia Extemporânea, “Rei Lear” traz elenco formado por drag queens.

Rei Lear Créditos: Matheus José Maria

Informações

  • Data de inicio e término

    05 set até 29 set

  • Dias da semana e horários

    Quinta a sábado, às 21h ! Domingo, às 19h

  • Endereço

    Av. Santos Dumont, 1770 - Santana

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Mais detalhes

Em uma homenagem à arte drag queen, a Cia. Extemporânea faz uma adaptação da tragédia “Rei Lear”, de William Shakespeare (1564-1616), apresentando um elenco formado por atores drag queens.

O espetáculo traz os elementos da dramaturgia shakespeariana clássica para a linguagem drag contemporânea, sem que nem uma nem outra se desfigurem no processo, ou seja, sem que Shakespeare perca em poesia e tragicidade, e sem que a drag se descaracterize naquilo que ela tem de mais autêntico: a dissolução das fronteiras estéticas e o desafio aos papéis tradicionais de gênero.

Como conta a diretora Ines Bushatsky, “quem está em cena é aquilo que, ao longo do processo, chamamos de ‘a drag total’. Para além da comicidade em que já estamos habituados a vê-la, é a drag nesse registro trágico. Vamos do cômico ao trágico, do performático ao teatrão, às vezes dentro de uma mesma cena”.

Já a atriz Mercedez Vulcão lembra que a drag sempre esteve no teatro, mas, por razões religiosas e patriarcais, acabou sendo estigmatizada e marginalizada. “Ainda hoje, há aqueles (artistas, inclusive) que enxergam a drag como uma arte ‘menor’. Por isso a importância de colocá-la no centro de um palco como este, protagonizando uma obra de Shakespeare. Parece, mas não é uma novidade. É na verdade o resgate de espaços que há muito já nos pertenceram”.

Alguns, inclusive, propõem que o termo “drag” teria sido cunhado pelo próprio Shakespeare, sob a forma de uma nota de rodapé em um manuscrito, indicando que o ator deveria se vestir com roupas de mulher (em inglês, drag seria uma sigla para “dressed resembling a girl”). Na época, não era permitido que as mulheres atuassem nas peças e as personagens femininas eram interpretadas por homens.

Ao longo dos séculos a arte drag se expandiu, e hoje vai muito além, englobando um pensamento moderno sobre visagismo, costura e performance para tensionar os papeis tradicionais de gênero.

Enredo

No enredo da tragédia de Shakespeare, Lear, rei da Bretanha, está muito velho e anuncia que decidiu dividir seu reino entre suas três filhas: Goneril, Regan e Cordelia. Antes de passar a coroa, o monarca pergunta: “qual das três me ama mais?”. Quem demonstrasse maior amor pelo pai ganharia a maior porção de terras. Cordelia, a mais nova e a única que o ama genuinamente, se recusa a participar daquele jogo. Furioso, Lear decide condenar a caçula ao exílio.

Após o banimento da irmã, Regan e Goneril começam uma luta violenta pelo poder. Traído pelas filhas, o velho rei vê seu reino à beira de uma guerra e se afunda em uma espiral de loucura, arrependido por banir a única pessoa que o amou de verdade.

Com figurinos de Salomé Abdala e visagismo de Malonna e Polly, a montagem da Cia. Extemporânea imagina um mundo drag queen, onde todos os eventos e conflitos são modulados por essa estética. Nessa perspectiva, Lear é uma mama drag e suas filhas estão disputando o poder.

“Rei Lear” traz no elenco Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha, enquanto a direção fica a cargo de Ines Bushatsky.

Entrada: Gratuita

Classificação: 14 anos

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito

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