Espetáculo”Sangue” é destaque no CCBB SP

A obra, dirigida por Kiko Marques, propõe uma discussão sobre poder e dominação.

Heloisa Bortz

Informações

  • Data de inicio e término

    08 ago até 15 set

  • Dias da semana e horários

    Quintas e Sextas, às 19h
    Sábados e Domingos, às 17h

  • Endereço

    R. Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, 01012-000

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Mais detalhes

Projeto inédito dirigido e escrito por Kiko Marques, a peça “Sangue” é destaque no CCBB SP, e traz no elenco Carol Gonzalez, Leopoldo Pacheco, Marat Descartes e Rogério Brito. No enredo, a atriz Carin, que produz seus próprios espetáculos, ensaia a peça “Sangue”, na qual contracena com o ator Cesar Santo.

O texto é de Aponti, genial autor francês falecido no fim dos anos noventa. Com duas semanas de ensaio e com Carin e Cesar chegando a um resultado extraordinário na composição de seus personagens, eles recebem um e-mail revogando a autorização para realização do projeto.

Em paralelo, no interior da França, Leon, ex-namorado de Carin e diretor francês apaixonado pelo Brasil, e quem originalmente dirigiria “Sangue”, tenta convencer seu amigo Victor, irmão de Aponti e herdeiro de seus direitos autorais, a bloquear os direitos da montagem brasileira, alegando que Carin plagiou seu projeto.

Os apelos de Carin para reverter a decisão não recebem resposta, até que Leon sugere a Victor, que acredita possuir a mesma genialidade do irmão e ambiciona se tornar diretor de teatro, a assumir a direção da montagem brasileira, como um balão de ensaio que, se der certo, poderá ter a montagem reproduzida na França. Leon vai com ele, trabalhando como cenógrafo e intérprete.

Victor então condiciona a liberação do texto à participação dos dois no projeto. Os conflitos da peça espelham os conflitos que a própria sociedade atravessa. Mais de um século depois da Semana de Arte Moderna, em que a cultura brasileira rompeu os grilhões que a mantinham como subalterna à Europa, ainda se faz fundamental discutir o panorama cultural que hoje encontramos no país.

Em “Sangue”, os franceses armam um ardil para se apoderar do projeto dos artistas brasileiros, fazendo-os perder o domínio daquilo que eles próprios idealizaram. O texto também discute a violência de gênero, que aparece desde o início do relacionamento amoroso entre o diretor francês e a atriz brasileira.

O espetáculo traz também para o debate público outros temas relevantes como o poder, a dominação, e o colonialismo, incentivando uma reflexão sobre questões culturais e sociais contemporâneas, além de promover a arte e os artistas brasileiros, contribuindo para o fortalecimento do teatro nacional e ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura.

“Sangue” constrói uma fábula que evidencia como trabalhadores da cultura podem ser também vítimas de seus próprios pares, quando estes não se reconhecem como iguais e se arrogam o papel de algozes.

A equipe criativa conta com André Cortez na criação do cenário, Marichilene Artisevskis nos figurinos, Gabriele Souza no desenho de luz e Marcelo Pellegrini na música original. Kiko Rieser assina a direção de produção.

Entrada: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)

Classificação: 14 anos

  • Acessível para cadeirantes
  • $
  • Maiores de 14 anos

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