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Última modificação outubro 16, 2025

Outubro Rosa: o papel dos exercícios no tratamento

Treinos de força, como musculação, funcional, calistenia e elásticos são aliados na ‘jornada’ oncológica

coluna Andreza Gonçalves Exercícios de força são importantes em todas as fases do tratamento. | Foto: iStock/DragonImages

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    Criada nos anos 1990, a campanha Outubro Rosa tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

    De lá para cá, este mês passou a ser dedicado, no mundo inteiro, a ações para divulgar informações sobre a doença.

    Hoje, mais do que reforçar a necessidade de se realizar exames preventivos, é fundamental aproveitar esse período do ano para ampliar o conhecimento e o acesso a estratégias eficazes para promover a saúde e a recuperação de pacientes que estão em tratamento ou em fase de reabilitação.

    Nesses processos, os exercícios de força ganham destaque como aliados indispensáveis na ‘jornada’ oncológica.

    Muito além da estética

    Frequentemente associados à estética ou ao ganho de massa muscular, os treinos de força, como musculação, funcional, exercícios com o peso corporal (calistenia) e com o uso de elásticos, são reconhecidos como ferramentas terapêuticas importantes na oncologia.

    Eles auxiliam não apenas na manutenção da autonomia funcional, mas também na recuperação física e emocional dos pacientes.

    Coluna Andreza Gonçalves

    A fita cor-de-rosa é um dos símbolos da campanha Outubro Rosa. | Foto: iStock-Vasyl Dolmatov

    Mas, por que esse tipo de treino é tão importante na recuperação oncológica? Podemos listar algumas razões:

    • Preservação e ganho de massa muscular: durante o tratamento do câncer de mama, é comum haver perda muscular significativa (sarcopenia), devida, especialmente, aos efeitos colaterais da quimioterapia, da radioterapia e do bloqueio hormonal. O treino de força ajuda a preservar e até reverter essa perda;
    • Melhora da densidade óssea: a saúde dos ossos é frequentemente comprometida em pacientes em tratamento, especialmente em mulheres submetidas à supressão hormonal. Exercícios resistidos ajudam na prevenção da osteoporose e de fraturas;
    • Redução da fadiga oncológica: um dos efeitos mais debilitantes do tratamento é a fadiga intensa. Paradoxalmente, exercícios de força, quando bem dosados, ajudam a combatê-la, aumentando a energia e disposição para as atividades do dia a dia;
    • Apoio à saúde mental: a prática regular de exercícios promove a liberação de neurotransmissores como a endorfina e a serotonina, que auxiliam no controle do estresse, da ansiedade e da depressão, promovendo bem-estar emocional;
    • Melhora da funcionalidade e independência: treinos bem orientados devolvem a força e a confiança para realizar tarefas cotidianas, elevando a qualidade de vida ao paciente.

    A escolha do tipo de treino deve considerar o estado clínico, o histórico de cirurgia (como mastectomias ou reconstruções mamárias), a presença de linfedema e outros fatores.

    Também é preciso contar sempre com o acompanhamento de profissionais qualificados.

    Algumas opções incluem:

    • Musculação tradicional: uso de máquinas ou pesos livres em academia, com carga progressiva e controle de movimento;
    • Treinamento funcional: exercícios que simulam movimentos do dia a dia, promovendo força, equilíbrio e coordenação;
    • Exercícios com elásticos ou faixas de resistência: alternativa segura e eficiente para pacientes com mobilidade reduzida;
    • Pilates com foco em fortalecimento: ajuda a recuperar a força do core, melhorar a postura e estabilidade muscular, com baixa sobrecarga.

    Como cada mulher é única, o treino de força deve respeitar suas particularidades.

    A progressão gradual, o respeito aos limites físicos e a orientação de uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, fisioterapeutas e educadores físicos especializados.

    Esses profissionais são indispensáveis para garantir uma prática segura e eficaz.

    Movimentar é fortalecer – o corpo e a esperança

    A mensagem neste Outubro Rosa vai além do laço cor-de-rosa: é um chamado à ação e ao fortalecimento físico e emocional.

    A prática de exercícios, especialmente o treino de força, é uma poderosa ferramenta de autocuidado, recuperação e resgate da autonomia.

    Incorporar a atividade física à rotina é um ato de coragem, resistência e amor-próprio.

    Movimente-se. Fortaleça-se. O câncer pode ser desafiador, mas com apoio, ciência e ação, a recuperação também é uma jornada de empoderamento.

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    Andreza Gonçalves

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    Personal trainer (Cref 172593-G), bacharel em Educação Física e pós-graduada em Treinamento Desportivo. Instagram: @an.drezagn_personal