Bárbara Wagner & Benjamin de Burca apresentam “Espelho do Poder”
Inédita no Brasil, instalação apresenta os filmes "Swinguerra" e "One Hundred Steps" (Cem Degraus).
Informações
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Data de inicio e término
20 fev até 03 ago
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Dias da semana e horários
Terça a sexta, das 10h às 21h30. | Sábado, das 10h às 19h30 | Domingo e feriado, das 10h às 18h30
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Mais detalhes
“Espelho do Poder” é o título da exposição concebida como um show audiovisual pela dupla de artistas Bárbara Wagner & Benjamin de Burca especialmente para o Sesc Avenida Paulista. Com curadoria geral de Clarissa Diniz e curadoria de acessibilidade e coordenação do projeto educativo pelo coletivo alingua, a mostra parte de uma reflexão sobre as políticas do olhar e as práticas de espelhamento presentes em “Swinguerra” (2019) e “One Hundred Steps” (Cem Degraus, 2020).
Os filmes serão exibidos como um espetáculo, no qual o público será conduzido pela voz da mestra de cerimônias Indra Haretrava, que comenta as obras da dupla, seus contextos e métodos. Com audiodescrição, legendagem e videolibras, “Espelho do Poder” ficará disponível para visitação de 20 de fevereiro a 3 de agosto de 2025, no Sesc Avenida Paulista (5º andar).
Wagner & de Burca são conhecidos por realizar filmes experimentais que investigam manifestações artísticas não hegemônicas. Concebidas como ambientes e instalações, suas obras em audiovisual sempre trazem a música como fio condutor das narrativas híbridas, que navegam pelos gêneros do documentário e da ficção, colocando em evidência práticas culturais, como o brega, o funk, o gospel, o hip-hop e o agitprop.
Elemento central de sua metodologia é a colaboração; em seus filmes, os protagonistas respondem por elaborar e reencenar suas próprias formas de representação diante da câmera. Essa abordagem colaborativa não apenas traz profundidade às suas narrativas, mas também questiona a relação tradicional entre artista e sujeito retratado, dissolvendo barreiras e ampliando o campo de representação cultural.
Sobre este processo, a curadora comenta: “encarando a lente da câmera como espelho, reflexivamente, cada participante agencia sua própria recriação como personagem e integra a roteirização dos filmes em diálogo com Wagner & de Burca. Um método de trabalho que instiga trocas entre os artistas e as perspectivas poético-políticas que a criação coletiva dos filmes faz aproximar”.
Ainda acerca do movimento colaborativo, a equipe do coletivo alingua ressalta que seu procedimento envolve o reconhecimento das especificidades das exposições para o desenvolvimento de projetos de educativo e acessibilidade estética. Em ambos os casos, a proposta é ampliar os caminhos de comunicação dentro do contexto de cada exposição. Nesse processo, essas dimensões se entrelaçam, tornando difícil definir onde uma começa e a outra termina, como partes distintas de um só corpo.
A mostra conta ainda com direção de arte e projeto expográfico de Juliana Godoy, luz de Anna Turra, design do Estúdio Margem, música de Carlos Sá e dramaturgia de João Turchi.
Sobre as obras
“Swinguerra” (2019)
O trabalho foi desenvolvido em estreita colaboração com grupos de dança da periferia do Recife, acompanhando sua intensa rotina de ensaios para competições em torno de ritmos como a swingueira, o brega funk e o passinho.
Com a performatividade de traços provocativos e por vezes bélicos, esses gêneros musicais reinventam a resistência cultural e política das comunidades ao atualizarem suas memórias por meio do ritmo, da dança e da poesia.
“One Hundred Steps” (Cem Degraus, 2020)
O filme reencena visitas guiadas a casas-museus das elites inglesas e francesas, confrontando sua riqueza e poder por meio da presença dos corpos, das vozes e da musicalidade daqueles historicamente expropriados por essas elites. Dessa forma, profana a suposta sacralidade desses ambientes, onde a barbárie colonial se disfarçou de patrimônio cultural.
O trabalho faz referência à obra de Bob Quinn – cineasta irlandês cujas produções se dedicaram a desconstruir o imaginário eurocêntrico hegemônico e a aprofundar o papel que as culturas norte-africanas desempenharam na formação da cultura irlandesa.
Sobre os artistas
Bárbara Wagner (Brasília, 1980) & Benjamin de Burca (Munique, 1975)
Trabalhando em parceria há mais de uma década, Wagner & de Burca vêm produzindo filmes e videoinstalações em diálogo com outros artistas e coletivos ligados ao som e à cena.
A dupla desenvolveu um método de pesquisa a partir da investigação e observação documental, construindo a direção, o roteiro, os figurinos e as trilhas sonoras em colaboração com os protagonistas de cada projeto. Essa maneira horizontal de trabalhar é crucial para veicular o conteúdo frequentemente urgente, social e historicamente determinado, da investigação audiovisual da dupla.
Em suas abordagens do fazer artístico permanecem os tipos sociais e dinâmicas de atrito político como elementos formadores do discurso.
Wagner & de Burca participaram de bienais como o “33º Panorama de Arte Brasileira” (2013) e “32ª Bienal de São Paulo” (2016). Em 2017, participaram da decenial “Skuptur Projekte” (Münster, Alemanha) e do “20º Festival Sesc VideoBrasil”.
Em 2019, representaram o Brasil na “58ª Bienal de Veneza”. Seus filmes já foram apresentados em diversas edições do “Festival Internacional de Cinema de Berlim” (67ª, 68ª, 69ª e 71ª Berlinale) e foram instalados em mostras individuais no New Museum (New York, USA) e MASP (São Paulo, Brasil).
Dados de contato
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Telefone
(11) 3170-0800
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