Espetáculo “Quase Infinito” está no Teatro Faap

Espetáculo é inspirado no universo do escritor argentino Jorge Luis Borges.

Informações

  • Data de inicio e término

    09 ago até 22 out

  • Dias da semana e horários

    Sextas e Sábados às 20h30;
    Domingos, às 18h.

  • Endereço

    R. Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo - SP, 01242-902

Mais detalhes

Com direção de Elcio Nogueira Seixas e dramaturgia e atuação de João Paulo Lorenzon, o espetáculo solo “Quase Infinito” tem como inspiração o universo do renomado escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986).

Os dois já trabalharam juntos em 2008, na montagem de “Memória do Mundo”, peça fundação de uma amizade lírica animada pelo sopro poético de Borges. A cegueira do gênio argentino guiou a dupla por labirintos da experiência teatral que iluminaram a trajetória de ambos os artistas.

O espetáculo surgido deste encontro carregava uma torrente de afetos e desafios sensoriais que viriam a tornar-se o veio criativo de Lorenzon, donde brotariam todos os seus inquietantes trabalhos.

Ao longo dos últimos 15 anos de amizade, além da admiração mútua, Lorenzon e Seixas não viam a hora de voltar a visitar a obra de Borges. E a oportunidade surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando Lorenzon começou a escrever a dramaturgia de “Quase Infinito” e convidou o amigo para dirigi-lo em cena novamente.

Escrita em cinco atos, “Quase Infinito” nasceu das inquietações vividas pela humanidade – e pelos próprios alunos de teatro de Lorenzon – em meio ao isolamento social e à impiedosa quantidade de vidas perdidas nesse período.

A peça representa alguns dos grandes enfrentamentos da condição humana inspirados pelo universo de Borges. São eles: os confrontos com a tentação do ódio; com o nada e o esquecimento, como ameaças de esvaziamento de si próprio e do mundo; com a incomunicabilidade; e com as chances de renascimento disponíveis para agarrarmos a cada novo dia.

Em cada ato humano – e do próprio solo – há um corpo em luta, lançado à busca de realizar a própria existência, e ao mesmo tempo, à beira de se entregar ao gozo da própria miséria. E, sob essa perspectiva, um corpo pode ser condição de partida, mas não garante que existimos.

A dramaturgia é construída a partir de uma série de situações que revelam esses enfrentamentos. Em um dos atos, um matador corre sobre um trem em movimento, buscando alguém por entre os vagões para derramar seu ódio, como um ser torturado pela máquina de seus desejos, manias e vícios. Já em outro, um palhaço enroscado numa corrente é sugado para dentro do buraco negro do nada, como um Prometeu acorrentado à rocha de seu crânio, e luta contra o esvaecimento do mundo.

Um prisioneiro acuado em uma jaula tenta fugir dos inúmeros olhos implacáveis que clamam por seu fuzilamento, como um cão arrastado pela coleira de seus medos, como um rato no experimento à espera de um castigo, ou como uma abelha paralisada no âmbar de seu próprio mel. Um amante está preso na repetição vazia de seu erotismo enquanto é invadido pelo esquecimento, como um escafandrista mergulhado no abismo de suas memorias, um astronauta congelado vagando solto pelo universo. E, por fim, um homem renasce no próprio jardim, a partir de novas angulações, como todos nós, todos os dias.

Entrada: R$ 120,00 (inteira), R$ 60 (meia)

Classificação: 14 anos

  • $$
  • Maiores de 14 anos

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