A Cycas revoluta, também conhecida como palmeira-sagu ou sagu-de-jardim, é uma planta ornamental comum em jardins, muito usada em projetos de paisagismo.
Nativa da Ásia, de partes da China, Indonésia e Japão, ela é extremamente tóxica para cães. Se ingerida, mesmo em pequenas quantidades. pode causar danos hepáticos severos, levar à insuficiência hepática aguda e até à morte.
Todas as partes da planta são venenosas, principalmente as sementes, que contêm cicasina, substância que afeta gravemente o fígado, e para a qual não existe antídoto.
A cicasina é um glicosídeo que, ao ser metabolizado, libera methylazoxymethanol (MAM), um composto altamente tóxico, que também pode causar danos neurológicos.

Jardim com a planta Cycas revoluta em destaque. | Foto: Valdeci Lima / iStock
Normalmente, a intoxicação acontece com filhotes de cães ou cachorros jovens muito ativos e, às vezes, solitários, que têm acesso a jardins com essas plantas.
O princípio, ela não é muito atraente para os pets, pois não é uma espécie comestível, mas os cães acabam arrancando a planta da terra, ou comem partes dela por curiosidade, brincadeira ou mesmo por ócio.
Após a ingestão, os sintomas de intoxicação, principalmente gástricos, podem levar algumas horas ou dias para aparecer. Veja alguns sinais de alerta:
- Vômito: é, geralmente, o primeiro sinal
- Diarreia: as fezes podem ter sangue
- Letargia: cansaço extremo
- Falta de apetite
- Icterícia: tonalidade amarelada nos olhos e mucosas
- Tremores ou convulsões
- Urina escura
- Aumento da sede ou da micção
- Dor abdominal
É na inflorescência que estão as sementes da Cycas revoluta, maior fonte de cicasina, especialmente a sarcotesta, a polpa externa que envolve os grãos.

Inflorescência da Cycas resoluta, onde ficam as sementes, a parte mais venenosa. Foto: Caca Liberato / iStock
Conheça a toxicidade de cada parte da planta
- Sementes (principalmente a sarcotesta)
→ Alta concentração de cicasina: uma ou duas sementes já podem ser fatais para os cães de pequeno porte; - Broto central (a ‘cabeça’ da planta)
→ Também contém altos níveis da toxina; - Folhas
→ Contêm menor concentração de cicasina, mas ainda são tóxicas e perigosas; - Raízes e caule
→ Contêm toxinas, mas são menos propensos a serem ingeridos por animais.
O primeiro passo para evitar esse tipo de intoxicação é conhecer as plantas potencialmente tóxicas e, se tiver pets, não usá-las para ornamentar os jardins a que os bichinho têm acesso.
Para identificar acidentes, o tutor deve verificar se a planta está comida, foi destruída ou arrancada, além de observar a manifestação dos primeiros sintomas, como salivação excessiva, vômitos e diarreia.
Nesses casos, deve levar o cão imediatamente ao veterinário, além de partes ou fotos da planta, para que o profissional possa fazer o diagnóstico com precisão e iniciar o tratamento.
Como é a intoxicação?
A gravidade dos sintomas depende da quantidade ingerida e do tamanho de cada pet, mas a intoxicação costuma ser aguda, com tratamento sintomático.
Quanto mais rápida for a intervenção médica, maiores são as chances de sucesso no tratamento, evitando a falência hepática.
Prognóstico e tratamento
A evolução da intoxicação no organismo varia de acordo com a quantidade de veneno ingerida e a rapidez do atendimento. O tratamento pode incluir:
- Indução de vômito, realizada pelo médico veterinário, se feita a tempo;
- Administração de carvão ativado;
- Suporte hepático, com fluidoterapia e/ou medicamentos hepatoprotetores;
- Hospitalização intensiva.
Mesmo com tratamento, a taxa de mortalidade é alta. Por isso, a prevenção é essencial.
Prevenção e cuidados
Os caos de intoxicação por plantas são bastante comuns, não só com a Cycas, mas também com outros tipos de árvores, arbustos e folhagens.
Na maioria das vezes, esse tipo de incidente acontece com cães jovens, que ficam muito tempo sozinhos em casa, e que têm acesso a jardins ou vasos.
Veja algumas dicas:
- Evite plantar Cycas revoluta em ambientes com cães;
- Ensine comandos como “não” ou “solta”, para evitar ingestão acidental;
- Supervisione o cão em jardins públicos ou áreas com vegetação ornamental.
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