A Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) volta a ser realizada em São Paulo, entre os dias 6 e 10 de agosto, no Galpão Cultural Elza Soares, no bairro Campos Elísios (centro), com 180 editoras participantes e entrada gratuita.
Em sua segunda edição na capital paulista, o evento quase dobra de tamanho e aposta em uma programação potente com debates, shows, oficinas e atividades infantis.
Inicialmente previsto para acontecer na Praça das Artes, o evento mudou de endereço e, além do palco principal, no Galpão Cultural Elza Soares, também terá atividades em outros três endereços: Casa Luís Gama e Café Colombiano, ambos no Campos Elísios, e no Sol Y Sombra, no Bixiga.
“Neste ano, na contramão do que acontece normalmente, a gente conseguiu aumentar nossos recursos e, por isso, temos mais possibilidades de fazer coisas. A gente abriu uma grande convocatória nacional para as editoras estarem aqui, de maneira gratuita, sem precisar pagar pra participar, e foram mais de 200 inscritos. Deles, 180 confirmaram participação, entre editoras, livrarias, cebos e autores”, diz José Renato Fonseca, da Cais Produções, organizadora da Flipei.
Criada em 2019 como uma alternativa à Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que aconteceu na semana anterior (de 31 de julho a 3 de agosto), a Flipei passa a ter cinco dias de programação, em vez dos três dias da edição de 2024.
Estão confirmadas 28 mesas de conversas e debates, com temas que vão de literatura periférica a resistência palestina, passando por big techs, crise climática, marxismo e racismo ambiental.

A banda Dead Fish também participa de Flipei. | Fotos: Lucca Miranca/Divulgação
Um dos destaques é o debate de abertura, com o historiador israelense Ilan Pappe e Thiago Ávila, ativista humanitário brasileiro e coordenador internacional da Coalizão da Flotilha da Liberdade de Gaza.
A programação ainda conta com show do rapper Rincon Sapiência, mesa-redonda com o filósofo e escritor Vladimir Safatle, e participação de autores como Cidinha da Silva, Silvia Cusicanqui e Louisa Yousfi, entre outros nomes.
A Flipei também conta com a “Zona Piratinhas”, com atrações voltadas ao público infantil, e bailes noturnos no Bixiga, com DJs e apresentações musicais.
“Serão abordados temas absolutamente contemporâneos, daquilo que envolve o mundo do livro e o mundo da literatura”, diz Fonseca.
Programação
A abertura da feira literária, nesta quarta-feira (6), tem o painel com Ilan Pappe e Thiago Ávila, com mediação da jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh.
Ao longo do dia, temas como literatura independente e pan-africanismo ganham espaço, com as participações de Nabil Bonduki, Luiza Romão e Célio Turino.
À noite, é a vez de curtir a performance do rapper Rincon Sapiência, que se apresenta no palco principal.
Na quinta-feira (7), um dos temas da programação é o capitalismo contemporâneo, com destaque para o debate sobre a obra do crítico cultural inglês Mark Fisher.
Discussões sobre algoritmos, redes sociais e luta de classes também estão na ordem do dia, com participações de Jones Manoel, Milly Lacombe e Laura Sabino.
O encerramento fica por conta da banda Dead Fish, que sobe ao palco à noite.
Veja aqui a programação completa da Flipei 2025, com todos os endereços e horários.
Intelectuais e ativistas refletem sobre maternidade, política, educação e cultura no terceiro dia do evento, na sexta-feira (8).
Neste dia, Vladimir Safatle participa de mesa sobre a atualidade do livro “O Capital”, de Karl Marx, e nomes como Samia Bonfim, Silvia Cusicanqui e Cidinha da Silva falam de temas como políticas do cuidado, lutas anticoloniais e o papel da mulher na América Latina.
À noite, a partir das 22h, o Baile Latino Sol y Sombra ocupa o Bixiga, com ritmos latinos e música ao vivo.
O sábado (9) é marcado por debates sobre cultura periférica, crise climática, política e racismo ambiental.
Glauber Braga, Leandro Demori e Silvia Ferraro analisam os desafios políticos dos próximos anos, enquanto Letícia Cesarino e Jamil Chade discutem os impactos das big techs nas sociedades contemporâneas.
A programação infantil inclui contação de histórias, oficinas e vivências artísticas. À noite, o Baile da DJ Sophia anima o público, com mulheres no comando das pick-ups.
No último dia do evento, o domingo (10), a Flipei recebe uma mesa sobre Frantz Fanon e a luta anticolonial, com Deivison Faustino, Priscilla Santos e Walter Lippold.
Outras discussões abordam o neoliberalismo, a presença trans nos esportes, China e o Sul global.
No espaço infantil, são oferecidas uma oficina de rap, brincadeiras e atividades lúdicas, além de um show especial da Banda Fera Neném, que fecha o evento com música, animação e diversidade.
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