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Última modificação novembro 24, 2025

Roteiro por lugares históricos da cultura negra

Um passeio por endereços que guardam a força, a resistência e a história da população negra na cidade

Mulher Negra - Roteiro historico da cultura negra SP Mulher negra - beleza, força e resistência/ Foto: iStock

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    São Paulo tem muitos lugares e espaços que contam como a cultura negra está viva e presente na cidade. Esses lugares mostram a importância e o protagonismo negro na construção da identidade da cidade e do país.  Na capital há muita história negra, em monumentos e pontos cheios de significados que contam, cada um a seu modo, como a cultura negra está viva e presente no dia a dia de todos. 

    Roteiro histórico da cultura negra em SP

    Estátua Zumbi dos Palmares no Centro de São Paulo/ Foto: Reprodução site prefeitura de São Paulo

    O Viva a Cidade montou um roteiro histórico por São Paulo, para quem deseja comemorar e refletir sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, por meio de um passeio por manifestações artísticas e culturais que reforçam e celebram as lutas e conquistas da população negra no Brasil,  valorizando a pluralidade que caracteriza a cidade.

    Pontos principais do Roteiro Negro – Afro por São Paulo

    Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados

    Um marco histórico que lembra a forte presença da população negra na cidade desde os tempos coloniais. A capela e sua história lembram o passado de repressão, resistência e fé dessa população que enfrentava o racismo e a violência na cidade. Por isso, é um ponto fundamental para compreender a memória e a luta negra. 

    Capela dos Aflitos

    Une o sincretismo religioso que mistura a fé cristã com as tradições afro-brasileiras, e é um local cheio de espiritualidade. Construída em 1779, em taipa de pilão,  ela fica no antigo Cemitério dos Aflitos, onde eram enterrados escravizados, indígenas, pobres e condenados à morte, muitos deles negros. O local está ligado às histórias de exclusão, sofrimento e também resistência da população negra. Sua trajetória está ligada a episódios como a execução de Francisco José das Chagas, o “Chaguinhas”, cuja morte no Largo da Forca, em 1821, originou o nome “Liberdade”.

    Praça da Liberdade

    Antes conhecida como Largo da Forca, é um lugar de muita história de resistência e memória negra no centro da cidade. O Largo da Forca é um marco fundamental dessa história. Entre os séculos 18 e 19, era o local onde escravizados e outros condenados à morte eram enforcados publicamente. 

    Pelourinho – Largo Sete de Setembro

    Local também marca a história da escravidão em São Paulo e convida a refletir sobre o passado. No século 19, esse espaço era utilizado para castigos públicos, onde negros escravizados eram amarrados e açoitados ali como forma de punição. Instalado ali no século 16,  marcou uma das intervenções da administração colonial portuguesa para organizar a vila de São Paulo.

    Estátua de Zumbi dos Palmares

    A escultura feita em bronze fica localizada na Praça Antônio Prado, no centro histórico da cidade, e é uma homenagem ao líder quilombola, símbolo da luta pela liberdade. A estátua de Zumbi dos Palmares, foi temporariamente transferida para o Largo do Paissandu. A mudança, segundo a Prefeitura de São Paulo ocorreu devido às obras de requalificação do Triângulo Histórico. Ela deverá retornar à Praça Antônio Prado após a conclusão das obras. 

    Centro Cultural Ouvidor – Galeria do Reggae – Ladeira da Memória

    Espaços são símbolos vivos da presença ativa e da rica contribuição da população negra no cenário cultural de São Paulo. Esses lugares mostram a força e a resistência da cultura negra por meio da arte e da música, celebrando suas raízes e identidade.

    Largo do Paissandu

    Um ponto tradicional de encontro da comunidade negra na região central da cidade, onde a história e a cultura ganham vida. No início do século 18, a área era conhecida como local onde as escravas negras lavavam roupas e realizavam trabalhos domésticos para seus senhores. Com o tempo, o espaço se tornou um ponto de sociabilidade para a população negra, tanto escravizada quanto livre.

    Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França

    Construída em 1802, é um importante patrimônio da cultura afro-brasileira em São Paulo. Ela foi erguida pela Irmandade dos Homens Pretos, formada por negros escravizados, que buscavam um espaço próprio para seus ritos religiosos, misturando tradições católicas e africanas. A igreja até hoje é um espaço vivo de cultura e resistência, mantendo vivas as tradições e celebrando a herança negra na cidade.

    Museu Afro Brasil

    Localizado no Parque Ibirapuera, o museu abriga um acervo com mais de 8 mil obras que apresentam a arte, a cultura e a história afro-brasileira, indo do século XVIII até a contemporaneidade. Referência nacional na valorização do protagonismo negro, o museu é um espaço importante  para o conhecimento, a reflexão e a celebração da cultura negra. 

    Cemitério da Consolação

    O local se destaca como um espaço de memória e reflexão por abrigar os túmulos de duas figuras centrais do movimento abolicionista brasileiro: o advogado e jornalista Luiz Gama e o líder Antonio Bento de Souza e Castro. 

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    Marina Barlati

    61 publicações

    Graduada em Comunicação Social / Jornalismo, com MBA em Marketing Digital. Tem experiência em jornais, revistas e assessoria de comunicação.