O Centro Histórico de São Paulo é um verdadeiro tesouro arquitetônico, com prédios antigos preservados que contam a história da cidade e do país.
A região é um destino imperdível para ver de perto a rica herança cultural paulistana. Visitar esses espaços é como fazer uma viagem no tempo, que vai da fundação da capital até a atualidade.
Para quem quer curte esse tipo de passeio, o Viva a Cidade lista 10 prédios históricos que ficam na região central de São Paulo, cuja visita vale muito a pena.
Todos mantêm uma agenda de visitas aberta para quem quer saber mais sobre a cidade e sua história. Veja:
1. Theatro Municipal

Theatro Municipal: um dos mais importantes espaços culturais de São Paulo. / Foto: iStock
O Theatro Municipal de São Paulo é um dos mais importantes espaços e centros culturais da cidade, inaugurado em 1911.
Sua estrutura eclética é inspirada em modelos europeus e mescla elementos renascentistas, barrocos e art nouveau.
Além de receber apresentações de música, dança, teatro e outras manifestações culturais, o Theatro Municipal faz parte da história da cidade: o prédio majestoso foi palco da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento iniciado por Mário e Oswald de Andrade e por Anita Malfatti.
Pelo Municipal passaram nomes como: Maria Callas, Villa-Lobos, Arturo Toscanini, Enrico Caruso, Ella Fitzgerald, Nijinsky e outros expoentes das artes, na primeira metade do século 20.
Para conhecer o espaço, há visitas e tours guiados, nos quais é possível admirar a arquitetura do prédio, conhecer sua história e importância para a cultura e as artes na capital paulista e no país.
Às terças-feiras e aos sábados (exceto feriados), as portas do Theatro Municipal ficam abertas para quem deseja ver de perto, de forma gratuita, sua bela arquitetura e elementos artísticos. A programação completa do local está disponível neste link.
2. Edifício Copan

Edifício Copan, no Centro, tem uma arquitetura majestosa. | Foto: iStock
Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, o Edifício Copan é um dos mais famosos prédios de São Paulo e um exemplo da arquitetura modernista brasileira.
Inaugurado dez anos depois do início das obras, que começaram na década de 1950, o edifício é multifuncional: tem cerca de 1.100 apartamentos residenciais, lojas e salas comerciais, em seus 32 andares e mais de 115 metros de altura.
Destino popular de arquitetos, fotógrafos e turistas, só é possível conhecer a parte externa do prédio, já a visita aos apartamentos não é permitida, mas todos podem explorar as lojas e restaurantes localizados no térreo.
O Mirante do Copan, na cobertura do prédio, com uma vista panorâmica da cidade, é aberto à visitação. Veja as informações completas no fim deste texto.
3. Edifício Martinelli
O primeiro arranha-céu da cidade foi projetado pelo arquiteto italiano William Fillippi e construído na década de 1920. Localizado na Praça Ramos de Azevedo, o Edifício Martinelli é um símbolo do progresso e da modernização de São Paulo.
Com 30 metros de altura e 30 andares, o edifício foi projetado para abrigar apartamentos de luxo, com acabamentos sofisticados e ótima vista para a cidade.
Marco arquitetônico e histórico do Centro, o Martinelli está em obras, mas permanece aberto a visitas, que incluem o museu, com acervo riquíssimo sobre toda a história da construção e do empresário Giuseppe Martinelli, com fotos, documentos e objetos da época, e o terraço, com vista de pontos marcantes da capital, como a Catedral da Sé e o Theatro Municipal de São Paulo, por exemplo.
Ao chegar ao local, no hall de entrada do prédio, fica o Café Martinelli, onde é possível fazer uma pausa antes de conhecer a parte interna.
As visitas guiadas têm duração de 30 minutos, com informações sobre a história e a arquitetura do edifício, que também recebe eventos, como a “Design Week”, realizada em março.
A restauração do prédio faz parte do Projeto M100, criado em 2024 por iniciativa da administração, que consiste na reformulação do espaço, em comemoração a seu centenário.
Neste ano, começou a segunda fase do projeto, que tem o objetivo transformar o Edifício Martinelli em um dos principais destinos turísticos e culturais do país.
Informações sobre visitas guiadas, eventos e horários estão disponíveis aqui.
4. Catedral da Sé

A Catedral da Sé é mais um tesouro do Centro de São Paulo. | Foto: iStock
A Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção de São Paulo, conhecida como Catedral da Sé, é um dos maiores templos católicos do mundo e o principal espaço católico da cidade.
Construída entre 1913 e 1954, a majestosa estrutura é um dos símbolos da capital, com predominância do estilo neogótico. Tem 5.700 m2 de área construída, uma cúpula com 65 metros de altura e imponentes torres, com 92 metros cada.
Além da grandiosidade da arquitetura, seu interior guarda tesouros como a Cripta, no subsolo, onde estão os túmulos de figuras importantes da Igreja Católica.
Outros pontos de interesse são o Altar-mor, uma verdadeira obra de arte, o telhado, com vista panorâmica, além das diversas obras de arte sacra, vitrais e mosaicos importados da Itália.
Lá dentro também fica a estátua de São Paulo, padroeiro da cidade, e um dos maiores órgãos de tubo da América do Sul, com mais de 12 mil tubos e entalhe feito à mão.
Quem visita a Catedral tem a opção de fazer um brunch, com tour guiado pelo local. As condições, horários, valores e disponibilidades podem ser consultados aqui.
5. Edifício Itália

O restaurante Terraço Itália tem vista de 360º da cidade. | Foto: Reprodução/Instagram
Circolo Italiano é o nome oficial do conhecido Edifício Itália, que fica na Avenida Ipiranga, na região da Praça da República, no Centro de São Paulo.
Inaugurado em 1965, esse é outro prédio histórico que vale a pena visitar, pois é um exemplo da arquitetura verticalizada brasileira.
Essencialmente comercial, o edifício é o segundo maior prédio de São Paulo e um dos maiores do Brasil, e foi projetado pelo arquiteto alemão Franz Heeptem.
Com 165 metros de altura, abriga em seu interior o Museu do Relógio, o Teatro Itália e espaços para eventos e exposições.
Um dos maiores destaques do edifício é o restaurante localizado no rooftop, o famoso Terraço Itália.
Com uma vista de tirar o fôlego e culinária sofisticada, o restaurante comandado pelo chef Pasquale Mancini é um dos pontos mais frequentados por quem gosta de comer bem, sem abrir mão de uma paisagem incrível.
Para entrar no Edifício Itália, subir ao topo do prédio e desfrutar da vista panorâmica sem fazer uma refeição no local, é possível optar pela visitação ao terraço panorâmico, que fica no 41º andar.
Agenda e valores estão disponíveis no site do Terraço Itália.
6. Pátio do Colégio (Patteo do Collegio)

O Pátio do Colégio fica no Centro Histórico de São Paulo. | Foto: Reprodução/Instagram
O Pátio do Colégio é o lugar onde a cidade de São Paulo foi fundada, em 1554, pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.
Trata-se de um complexo formado pela Igreja São José de Anchieta, o Museu Anchieta, a Biblioteca Padre Antônio Vieira e uma área de descanso, que abriga um café.
Ir ao espaço é mergulhar na história e na cultura da cidade de São Paulo. Para visitar todo o complexo do Pátio do Colégio, é necessário fazer agendamento prévio. Também há visitas guiadas e a possibilidade de conhecer o Museu Anchieta.
7. Mosteiro de São Bento

Fachada do Mosteiro de São Bento, no Centro da capital. | Foto: iStock
Importante patrimônio histórico e cultural de São Paulo, o prédio do Mosteiro de São Bento é um exemplo da arquitetura colonial.
Localizado no Centro Histórico da cidade, foi fundado pelo monge Mauro Teixeira, em 1598, e abriga a Basílica Abacial de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio e Faculdade de São Bento.
Na basílica, uma das principais atrações é a missa tridentina, celebrada em latim, aos domingos, às 18h, que também conta com apresentação de canto gregoriano. O coral ainda participa de outras missas: de segunda a sexta-feira, às 7h, sábados, às 5h50, e domingos, às 10h.
Outro destaque é a experiência gastronômica “Brunch no Mosteiro”, evento especial, realizado em alguns domingos, no refeitório do local.
Além disso, desde 1999, o Mosteiro de São Bento tem uma padaria, que oferece pães, geleias e biscoitos feitos pelos monges, a partir de receitas seculares, guardadas nos arquivos da abadia, e que podem ser compradas pelo público em geral.
Para quem conhecer o espaço, a visitação e a participação nas missas com cantos gregorianos podem ser agendadas com antecedência, pelo site.
8. Prédio da Bolsa e Museu da Bolsa do Brasil (MUB3)

Prédio da B3 abriga museu sobre a bolsa. | Foto: Reprodução/ Site
O prédio da bolsa em São Paulo é um edifício neoclássico, da década de 1940, localizado no Centro, no lugar onde, até 2005, funcionou o pregão em viva voz do mercado de ações.
Atualmente, o espaço é sede da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa de valores de São Paulo, e abriga o Museu da Bolsa do Brasil (MUB3), que tem mais de 100 mil itens, como documentos, materiais audiovisuais e mobiliários, que contam a história das bolsas brasileiras.
O local tem exposições permanentes e temporárias, com entrada gratuita, mas com agendamento prévio obrigatório, que pode ser feito neste link, onde estão informações sobre as mostras, horários e a programação.
9. Palácio dos Correios

O Palácio dos Correios é um edifício emblemático da cidade. | Foto: Reprodução/Instagram Todos pelo Centro
Inaugurado em 1922, o Palácio dos Correios é outro edifício histórico de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú, no Centro, criado como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil.
Abrigava, originalmente, a Agência Central dos Correios e Telégrafos, a maior do país por muitos anos.
Projetado pelos arquitetos italianos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, do escritório Ramos de Azevedo, o prédio tem estilo com influências neoclássicas e renascentistas, e já abrigou o Centro Cultural Correios de São Paulo, atualmente fechado.
Marco da arquitetura e da história da cidade, o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH). Neste ano, a estatal fechou um acordo com a prefeitura de São Paulo, cedendo o edifício por 15 anos, para uso da gestão municipal.
10. Solar da Marquesa de Santos

Ilustração de Natália Scronov, da fachada do Solar da Marquesa de Santos. | Foto: Reprodução da internet
O solar, que pertenceu a Domitila de Castro Canto e Melo, conhecida como Marquesa de Santos, de 1834 a 1867.
Localizado na rua Roberto Simonsen, antiga Rua do Carmo, faz parte do Museu da Cidade de São Paulo (MCSP), e é um raro exemplar das residências do século 18.
Segundo dados do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), o prédio foi construído em taipa de pilão e serviu de moradia para a Marquesa, a partir de 1834, após o rompimento da relação com D. Pedro 1o.
O local funciona de terça a domingo, e está aberto à visitação, com entrada gratuita.
Que for ao solar, pode aproveitar para conhecer outros pontos do museu, composto por uma rede de 12 casas históricas, construídas entre os séculos 17 e 20, como a Casa nº 1 (Casa da Imagem), que preserva a memória fotográfica da capital, e a Chácara Lane, na rua da Consolação, onde funcionou a sede da Escola Americana, que deu origem à Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Também vale a pena ir ao Beco do Pinto, ou Beco do Colégio, antiga passagem entre o Solar da Marquesa de Santos e a Casa nº 1. Veja mais informações aqui.