“Senhora dos Afogados” reestreia no Teatro Oficina

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Após o sucesso de crítica e público, o Teatro Oficina volta a encenar “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, com direção de Monique Gardenberg. Escrita em 1947, a peça é uma das obras mais intensas do dramaturgo, um mergulho nas profundezas do inconsciente familiar, onde se entrelaçam paixões, morte, culpa e desejo em uma atmosfera sombria e alucinatória.

Nesta nova montagem, o espaço cênico ganha recursos audiovisuais, trilha sonora original e ambientações sensoriais, que ampliam o caráter onírico da obra. Um coro de “putas do cais”, em homenagem a Zé Celso, reforça o clima ritualístico e visionário característico das encenações do Oficina.

Ambientada em uma casa à beira-mar, a tragédia se desenrola em um ambiente simbólico, onde o oceano reflete os abismos da mente e da memória. No centro da trama está Misael (Marcelo Drummond), juiz atormentado por segredos familiares, ao lado de Moema (Lara Tremouroux), filha intensa e intuitiva, e Eduarda (Leona Cavalli), esposa marcada pelo silêncio e pela culpa.

Em um diálogo entre o delírio e a realidade, “Senhora dos Afogados” reafirma a atualidade da obra de Nelson Rodrigues, um autor que, nas palavras de Zé Celso, era “dionisíaco, que estupra todas as máscaras sociais no cosmos da Vida Como Ela É”.

A montagem convida o público a encarar seus próprios abismos e a se perder nas marés turbulentas da condição humana.