Peça “Por um Fio” estreia no Teatro Jardim Sul

Peça jovem aborda dependência de redes sociais e Transtorno do Espectro Autista.

Por um Fio Créditos: João Neto

Informações

  • Data de inicio e término

    07 set até 26 out

  • Dias da semana e horários

    Sábados, às 19h30

  • Endereço

    R. Itacaiuna, 61 – 2º andar do shopping - Vila Andrade

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Mais detalhes

O espetáculo jovem “Por um Fio”, da Equipe Flávia Garrafa, estreia no Teatro Jardim Sul trazendo uma reflexão sobre questões muito debatidas na sociedade contemporânea, como conexões humanas, dependência das redes sociais e TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Com direção e texto do premiado Pedro Garrafa, o espetáculo é destinado ao público jovem e recomendado para toda família. A ideia é estimular a reflexão sobre esses temas a partir de uma história divertida e comovente.

Na trama, duas garotas que se conectam com o mundo de maneiras radicalmente diferentes têm suas vidas transformadas quando seus pais resolvem morar juntos. Lorena tem 13 anos, já atingiu a marca de 890 mil seguidores e passa os dias “produzindo conteúdo” para as redes sociais. Já Maria Augusta tem 14 anos, foi diagnosticada dentro do espectro autista (TEA), ama o mundo das marionetes e sabe tudo sobre elas.

O impacto da tecnologia nas relações

O grupo vem pensando em como a tecnologia e as redes sociais têm escancarado uma realidade que não é exatamente nova: a ilusão de que, rodeado por pessoas, estamos conectados. E pode ser exatamente esse efeito que nos impede de estabelecer uma troca genuína com quem amamos.

Isso ocorre porque estar verdadeiramente conectado exige tempo, troca e dedicação, ingredientes incompatíveis com a velocidade do mundo digital e as exigências das redes sociais. O resultado é que um número cada vez maior de pessoas está “seguindo e sendo seguida” por muitos, mas sem conseguir aprofundar relações com quem efetivamente convive. Isso gera um sentimento de isolamento em meio a tanta gente.

Para a Equipe Flávia Garrafa, a sensação de “desconexão conectada” é ainda mais grave para os jovens, que já nasceram imersos no mundo das redes sociais. “É notável a dificuldade crescente, não só dos jovens, mas de todos nós que vivemos nesse mundo de validação digital, em estabelecer vínculos mais profundos fora dele”, afirma Pedro Garrafa.

No caso de portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é preciso compreender que, para essas pessoas, existe outra forma de ver e perceber o mundo.

De acordo com as pesquisas do coletivo, dentro do espectro, os modos de interação e comunicação social podem variar de acordo com a maneira como o transtorno se manifesta no indivíduo. Portanto, embora apareçam em intensidades diferentes, é possível identificar o desafio em interagir. Em muitos casos, isso acontece justamente pela dificuldade em iniciar o contato com o outro, principalmente ao tentar fazer amizades.

Como o espetáculo “Por um Fio” traz à luz o ponto de vista de uma adolescente diagnosticada dentro do espectro, quem está do outro lado dessa conexão precisa abrir espaço para a escuta, o silêncio, a troca, e para tudo que pode mobilizar o olhar. Dessa forma, o público compreende a realidade da personagem e desenvolve conhecimento sobre o TEA, reduzindo o estigma sobre o assunto.

Ao mesmo tempo, a peça discute a qualidade das conexões que fazemos, já que enquanto uma das personagens está cheia de amizades virtuais, a outra, por ser neurodivergente, se relaciona com o mundo de outra forma – e cada uma vivencia o isolamento de uma forma. “É a partir desse novo olhar que a plateia vai refletir sobre que rumo damos às nossas formas de se relacionar dentro e fora das redes”, acrescenta o dramaturgo.

Entrada: R$ 80,00

Classificação: 10 anos

 

  • Acessível para cadeirantes
  • $$

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