“açúcar ou As Irmãs Anne” estreia no Itaú Cultural
Espetáculo faz uma reflexão sobre o tempo, o envelhecimento e o papel das mulheres na sociedade

Informações
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Data de inicio e término
03 jul até 27 jul
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Dias da semana e horários
de quinta a sábado, às 20h | Domingo e feriado, às 19h
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Mais detalhes
O espetáculo “açúcar ou As Irmãs Anne”, drama que faz uso do humor, do lirismo e da crítica social para abordar o envelhecimento e as estruturas sociais que moldam e limitam as mulheres na sociedade, estreia no Itaú Cultural. A direção artística é de Eliana Monteiro e, pela primeira vez, Breno Rosa Gomes assina a dramaturgia. Também é inédita a reunião em cena das atrizes Cleide Queiroz e Dirce Thomaz, nomes fundamentais da cena teatral brasileira.
“açúcar ou As Irmãs Anne” começa com o reencontro, após décadas, de duas ex-parceiras de palco, que decidem revisitar as personagens que marcaram suas carreiras: as irmãs Mary Anne e Rose Anne, filhas de uma família burguesa decadente e moldadas por silêncios, aparências e expectativas sociais. No passado, elas próprias tiveram suas trajetórias interrompidas por imposições familiares: uma engravidou e a outra se casou.
Nesse reencontro inesperado, o passado e o presente, a realidade e a ficção se cruzam, confundem e mesclam, provocando um jogo cênico de espelhos, que transforma o palco em um espaço poético sobre identidade, afeto, frustrações e a passagem do tempo. Não à toa, a atriz Beatriz Nauali também se faz presente em cena, na narração performativa do espetáculo.
Com Cleide e Dirce somando, respectivamente, mais de 50 e 40 anos de profissão, a peça celebra as vozes femininas com mais de 60 anos e o protagonismo negro no teatro. Uma combinação de metateatro e crítica social se desenvolve em diversas camadas do espetáculo, desde a presença das próprias atrizes às que elas interpretam em cena, passando pelas personagens que revisitam.
“Quando convidei a Cleide e a Dirce para a peça eu não sabia que elas já se conheciam, mas nunca tinham trabalhado juntas”, recorda Breno. “Desde os ensaios deu para ver que elas se identificam com as atrizes que interpretam”, diz o dramaturgo.
Ele conta que a mãe e a madrinha, duas mulheres negras, o inspiraram a construir essa dramaturgia e o elenco formado por atrizes negras.
“Esse é um projeto muito provocativo, com muitos temas envolvidos, como a questão do feminino. É importante que a narrativa faça entender isso, sem que a gente precise ser literal”, observa.
Segundo Gomes, o ponto de partida para criar esta obra foi a visualização de uma imagem na qual duas mulheres enlutadas tomavam um chá inglês, vendo uma chuva de açúcar. Não à toa, o açúcar no espetáculo vai além do título e é um elemento cênico central da peça.
“As personagens se oferecem açúcar o tempo inteiro, para fugir de conversas difíceis”, conta ele.
Ainda segundo o dramaturgo, a diretora artística Eliana Monteiro sugeriu usar esse produto como uma representação simbólica e temporal.
“A partir daí, fizemos um paralelo do açúcar com o cultivo da cana e com o período escravocrata brasileiro”, diz Gomes.
“Em cena, ele marca um período histórico, em uma representação da volta gradativa do açúcar ao seu aspecto original à medida que vamos entrando nas questões abordadas”, revela Breno Rosa Gomes em referência ao figurino e surpresas que podem acontecer em cena.
A entrada é gratuita com reservas de ingressos a partir da terça-feira da semana da apresentação, a partir das 12h, na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br.
Dados de contato
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Telefone
(11) 2168-1777
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