Mostra “ORIXÁS” chega ao Memorial da América Latina

Exposição de Josafá Neves convida o público para uma imersão visual nas raízes afro-brasileiras

Josafá Neves Josafá Neves à frente da instalação "Reverência a Oxalá"/ Foto: Sergio Amaral

Informações

  • Data de inicio e término

    28 jun até 06 ago

  • Dias da semana e horários

    de terça a domingo, das 10h às 17h

  • Endereço

    Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda

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Mais detalhes

A exposição ORIXÁS, do artista brasiliense Josafá Neves, chega a São Paulo e fica em cartaz no Memorial da América Latina. Com curadoria de Bené Fonteles, a mostra convida o público para uma imersão visual nas raízes afro-brasileiras. Permeadas pela força dos orixás, as obras oferecem uma interpretação atual da cosmovisão africana, estabelecendo um diálogo entre a natureza, o sagrado, os rituais e os conhecimentos ancestrais.

Josafá Neves desenvolve um trabalho marcado por um diálogo profundo com as estéticas afro-brasileiras, as narrativas da diáspora africana e a ancestralidade. Com mais de 25 anos de trajetória, seu trabalho já foi apresentado em importantes instituições no Brasil, América Latina, Europa, Estados Unidos e Angola, tendo recebido o título de Doutor Honoris Causa em reconhecimento à sua contribuição para as artes visuais e à valorização das culturas afro-diaspóricas.

Inspirado pelo universo geométrico de Rubem Valentim, Josafá traduz, em pinturas a óleo sobre tela, as cores, formas e símbolos de orixás cultuados no Brasil: Exú, Oxum, Obá, Oxóssi, Ogum, Oxaguian, Iansã, Iemanjá, Logun Edé, Nanã, Omolu, Ossain, Oxalá, Oxumarê e Xangô.

“Josafá nos liberta das normas ao encarnar na pintura a energia forte que vem desde suas ancestralidades, desde o rupestre até o contemporâneo, rompendo limites e territórios imaginados”, afirma o curador Bené Fonteles.

Para ele, “as oferendas sofisticadas e ousadas da estética de um Candomblé artístico e transversal fazem da arte de Josafá uma ponte poética para se chegar à energia visceral e criadora da entidade”.

A mostra, diz Bené, não apenas representa os orixás, mas os incorpora como potência plástica, espiritual e poética.

As “Cabeças de Orixás”, produzidas em cerâmica e pintadas com as cores e formas sagradas de cada divindade, são um dos destaques da exposição. As esculturas representam o orí, que significa “cabeça” em iorubá, espaço sagrado que abriga o axé, princípio vital que conecta o indivíduo à espiritualidade. Para cada escultura, a escritora e atriz Cristiane Sobral criou poemas que dialogam com os orixás cultuados na Umbanda e no Candomblé.

Duas grandes esculturas em madeira policromada integram a exposição. Uma delas representa Xangô, orixá associado à justiça, aos trovões e ao fogo. A peça, que impressiona pelo porte, mede 2,5 metros de altura e pesa aproximadamente 450 quilos, evidencia a força simbólica dessa divindade.

A outra obra homenageia Oxóssi, senhor das florestas. Esculpido em madeira de raízes de árvores, o orixá aparece montado sobre uma criatura mítica, adornada com chifres, que remete ao universo dos invisíveis. A mão de Oxóssi, moldada em bronze a partir do próprio molde da mão do artista, segura seu arco e flecha, instrumentos ritualísticos.

A exposição também apresenta a instalação “Reverência a Oxalá”. Nela, 700 esculturas em gesso pedra, pintadas manualmente, se distribuem pelo ambiente, formando uma composição circular que evoca a coletividade, a espiritualidade e a conexão com o sagrado, em reverência ao orixá associado à criação, à paz e à sabedoria.

A exposição “Orixás” faz parte do Circuito Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023.

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito
  • Livre para todas as idades

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