Oficina Uzyna-Uzona exibe peça “Bori” no Teatro Oficina
Montagem coloca em cena contribuições de artistas e culturas pretas na companhia teatral.
Informações
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Data de inicio e término
22 nov até 08 dez
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Dias da semana e horários
Sexta e sábado, às 20h | Domingo, às 18h
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Valores
R$ 60,00 (inteira) | R $30,00 ( meia)
Mais detalhes
O espetáculo “Bori: Rito de Celebração da Ancestralidade y Atualidade do Terreyro Eletrôniko”, da companhia Oficina Uzyna-Uzona estreia em curta temporada no Teat(r)o Oficina. Com direção de Marília Piraju, Rodrigo Andreolli e Fernanda Taddei, a montagem inédita coloca em cena as contribuições de artistas e das culturas pretas na trajetória da emblemática companhia teatral paulistana, em diálogo com diversas “re-existências” dos povos pretos ao longo da história.
“Bori tem como fio condutor o ritual de oferenda à cabeça, o Ori, e conta uma (re)volta transatlântica, que aporta em São Paulo, no Bixiga da década de 1970, e chega até os dias de hoje. A dramaturgia aborda um elenco de tragédias coloniais contadas e cantadas no fio do roteiro, superadas em cena pela imaginação coral dos cantos de trabalho, da partilha da comida, da festa e da tecnologia nascida do Teat(r)o Oficina: “a alegria como arma de desmassacre”, defende Marília Piraju.
O espetáculo também é marcado pelas provocações de interação tão características dos espetáculos da companhia. Nas ações de “Bori”, o público é convidado a participar e a se envolver com a dramaturgia: “É um rito propriamente coletivo e popular, e o público-atuador é nossa maior inspiração, protagonista deste espetáculo”, reforça Marília.
Em 1979, com o decreto da Lei da Anistia, o diretor José Celso Martinez Correa e integrantes da companhia Oficina regressaram do exílio, durante o qual filmaram a revolução e a independência de Moçambique no filme “25”, título que faz alusão às datas de 25 de setembro de 1964, 25 de abril de 1974 e 25 de junho de 1975, em que respectivamente são celebrados o início da luta armada, a queda do fascismo português e a independência de Moçambique.
Nesse período, de retomada das atividades do Oficina, muitos artistas emigrados do sertão de Pernambuco, da Bahia e do Ceará se estabeleceram no teatro e participaram ativamente da criação das diversas linguagens experimentadas pela companhia: musical, plástica, poética, arquitetônica e, principalmente, coral.
“Foram os cirandeiros, caboclos em retomada, Ialorixás, povos do circo e compositores do samba paulista, que radicalizaram a decolonialidade da linguagem teatral do Oficina e de tudo que o atravessa”, explica a diretora Marilia Priaju, que é também arquiteta cênica e artista associada da companhia desde 2011.
Em “Bori”, a dramaturgia propõe um diálogo entre esse passado histórico e a contemporaneidade da companhia.
“Em 2024, ancestralidade e atualidade se cruzam, acendem a criação de um coro de artistas pretas/os, nordestinas/os, caboclas/os que encarnam e presentificam as caravanas dos anos 1970 e 1980, mas também atualizam a importância das presenças, subjetividades e perspectivas pretas do aqui e agora na companhia mais antiga em atividade no Brasil”, conclui o diretor, produtor e coreógrafo Rodrigo Andreolli, que integra o Oficina desde 2006.
Dados de contato
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Telefone
(11) 3106-2818
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