“Mural da Memória” reflete impactos da ditadura
Peça traz reflexão sobre os motivos pelos quais a ditadura ainda define a sociedade brasileira

Informações
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Data de inicio e término
08/10/2025 até 31/10/2025
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Dias da semana e horários
De quarta a sexta, às 19h30 | Todas as quintas tem sessões extras, às 16h
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Valores
R$ 50 (inteira)| R$ 25 (meia) | R$15 (Credencial Plena)
Mais detalhes
Após mais de uma década de pesquisa sobre os motivos pelos quais a ditadura ainda define a sociedade brasileira, o Laboratório de Técnica Dramática (LABTD) apresenta seu novo trabalho, “Mural da Memória”. O espetáculo estreia em 8 de outubro no Sesc Pompeia, em São Paulo, e segue em cartaz até 31 de outubro.
Com dramaturgia de Ave Terrena e direção de Diego Moschkovich, a peça é um desdobramento de produções anteriores da companhia, “E Lá Fora o Silêncio”, “O Corpo que o Rio Levou” e “As 3 Uiaras de SP City”. Desta vez, o enredo imagina um cenário em que a Lei da Anistia é revogada e os desaparecimentos durante a ditadura começam a ser julgados.
A narrativa acompanha um General 4 Estrelas acusado de ocultar o corpo de três vítimas do regime. No tribunal, ele é confrontado pela juíza, pela Promotoria, pela Defesa e pelos depoimentos de sobreviventes que comparecem como testemunhas.
“Estamos propondo uma dramaturgia muralista, no sentido de reunir diferentes registros e pontos de vista. Foi essencial retratar personagens de identidades e origens sociais diversas, todos brutalmente impactados pela ditadura”, explica Ave Terrena.
Embora ficcional, a montagem se apoia em extensas pesquisas realizadas pelo LABTD. O grupo entrevistou ativistas e guerrilheiras, consultou arquivos da Comissão da Verdade, investigou registros da Copa de 1970 no Museu do Futebol, estudou documentos do Acervo Bajubá sobre a perseguição a travestis e à cena LGBT paulistana nas décadas de 1970 e 1980, além de pesquisar rádios independentes da época.
O resultado é um espetáculo que confronta passado e presente, buscando compreender como os traumas da ditadura ainda reverberam nos corpos e na sociedade brasileira.
Edna: Eu sou viúva de um homem que não teve o corpo enterrado até hoje. Fiz um enterro simbólico, anos depois, quando entendi que ele não ia voltar. Aceitar, eu nunca aceitei. Me senti culpada por muito tempo, mas a culpa não é minha: é desse General escorado na imagem do “homem de bem que serviu à população”. Recebeu até Medalha do Pacificador do Exército… que paz é essa?
Trecho da dramaturgia de Mural da Memória
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