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Última modificação novembro 13, 2025

“Mural da Memória” inicia nova temporada

Mais recente trabalho do LABTD, espetáculo reflete sobre os impactos permanentes da ditadura

Mural da Memória Foto: Renato Mangolin

Informações

  • Data de inicio e término

    20/11/2025 até 30/11/2025

  • Dias da semana e horários

    Quinta a sábado, às 20h30 | Domingo, às 16h e às 19h

  • Endereço

    Rua 13 de Maio, 222 - Bela Vista

    Ver no mapa
  • Valores

    R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia)

Mais detalhes

“Mural da Memória”, novo trabalho do LABTD – Laboratório de Técnica Dramática, tem dramaturgia de Ave Terrena e direção de Diego Moschkovich, e mergulha nos efeitos da ditadura militar na sociedade brasileira e seu impacto ainda hoje. O espetáculo faz a estreia da temporada popular no Teatro Manás.

Com mais de dez anos de pesquisa, a peça retrata a Lei da Anistia, que é revogada e os desaparecimentos ocorridos durante a ditadura começam a ser julgados.

Acusado de sumir com o corpo de três vítimas, um General 4 Estrelas é o primeiro a responder diante do tribunal. A peça dialoga com os espetáculos anteriores do grupo: “E Lá Fora o Silêncio”, “O Corpo que O Rio Levou” e “As 3 Uiaras de SP City”.

Em cena, enquanto o militar responde às perguntas de uma juíza, da Promotoria e da Defesa, ele tenta se contrapor aos depoimentos das sobreviventes, que comparecem como testemunhas.

A peça é ficcional, construída a partir de relatos e pesquisa: o LABTD, ao longo desses anos, entrevistou ativistas, guerrilheiras e sobreviventes; leu os arquivos da Comissão da Verdade; pesquisou sobre os times de várzea e sobre a Copa de 70 no Museu do Futebol, visitou o Acervo Bajubá para pesquisar sobre as operações de perseguição às travestis e sobre a noite LGBT paulistana durante décadas de 1970 e 1980 e ainda pesquisou sobre as rádios independentes.

“Desse material, nasceram três figuras emblemáticas, desaparecidos políticos: um locutor de rádio comunitária, uma travesti, prostituta e aspirante a atriz, e uma guerrilheira. Queremos mostrar que a violência faz parte do cotidiano em um regime opressor, e qualquer um pode ser uma vítima. Por isso é tão importante fazermos justiça”, afirma Ave Terrena.

A peça simboliza a busca por um encerramento digno para quem foi fortemente impactado pela ditadura.

“Os personagens cujos corpos não foram encontrados são retratados como pessoas vivas. Quer dizer, eles continuam existindo enquanto os viventes não descobrirem onde eles estão”, comenta o ator Diego Chilio.

“Mural da Memória” remete a uma mesa redonda de programas de debate sobre futebol. Para complementar a experiência, o espetáculo explora vários recursos audiovisuais. Acontecem projeções de documentos da ditadura, de vídeos, de fotos, de cenas da Copa de 70, de documentos pessoais da equipe, registros de travestis fichadas na Lei de Vadiagem, e também as pioneiras na cultura e na política brasileiras: as divas Valeria, Rogeria, Aloma, Marcinha do Corinto, Neon Cunha e Thais Azevedo.

A trilha sonora também contribui para a ambientação do público, com canções compostas exclusivamente para o trabalho. Os músicos estão em cena e cantam ao vivo, operando a sonoplastia junto a performances vocais, utilizando instrumentos convencionais e outros, inesperados, como ossos de animais.

Destaca-se também o trabalho de direção de movimento, assinado por Danna Lisboa, atriz do espetáculo e figura emblemática das danças urbanas no Brasil, com grande reconhecimento no movimento Hip Hop, no Waacking e na comunidade Ballroom. Em seu trabalho de composição corporal, destaca-se por trabalhar de forma cênica os elementos criativos dessas culturas, propondo uma síntese entre elas e a linguagem teatral.

Os ingressos podem ser adquiridos pela Sympla ou na bilheteria do teatro, com lista trans (cota de ingressos gratuitos para pessoas trans).

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  • Maiores de 14 anos

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