“Memórias Negras” homenageia maestro Roberto Casemiro

Maestro foi o primeiro homem negro a reger dois dos mais importantes corais de São Paulo.

Memórias Negras - Maestro Roberto Casemiro Acervo Pessoal

Informações

  • Data de inicio e término

    17 set até 17 set

  • Dias da semana e horários

    Terça, às 13h

  • Endereço

    Praça Ramos de Azevedo, s/n - República

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Mais detalhes

O Salão Nobre do Theatro Municipal é palco da terceira apresentação da temporada 2024 do “Centro em Concerto: Memórias Negras”, que nesta edição presta homenagem ao maestro e compositor Roberto Casemiro (1954-2024), primeiro homem negro a reger dois dos mais importantes grupos de música vocal de São Paulo: o Coral Paulistano e o Coro Lírico.

Promovido pelo Sesc Carmo desde a década de 1990, o longevo projeto “Centro em Concerto” busca explorar as diversas linguagens, formatos e estéticas da música de concerto por meio de apresentações gratuitas, realizadas em igrejas e espaços históricos do Centro de São Paulo, evidenciando o patrimônio cultural.

Na temporada de 2024, que acontece entre julho e dezembro, o evento conta com a curadoria do jornalista e pesquisador Felipe Brito. As apresentações selecionadas jogão luz às narrativas de memórias negras da cidade, por meio de síntese entre a música de concerto e as tradições artísticas de negritudes, transitando entre samba, terreiros, gospel e canto.

O “Centro em Concerto: Memórias Negras” inclui em sua formação alguns dos mais renomados nomes negros do coro lírico brasileiro atual, e agora homenageia um dos principais ícones negro da categoria.

Do bairro paulistano da Penha, Roberto Casemiro levou a cultura negra brasileira para o mundo. Foi o primeiro maestro negro do Theatro Municipal de São Paulo, atuando como regente do Coro Paulistano e cantando como baixo junto ao Coro Lírico Municipal, instituição em que se aposentou. Casemiro ostentava as suas vestes tradicionais, indumentárias e adereços que ressaltavam sua identidade afro-diaspórica, como se dele fossem uma segunda pele.

Exaltar musicalmente a trajetória do maestro militante e ativista do movimento negro nacional, Roberto Expedito Casemiro, é imergir no universo ritmado, por vezes festivo, outras quase melancólico, mas sempre ancestral das canções afro-brasileiras.

Em justa contraposição, “Quizomba” (Francisco Mignone) e “Funeral d’Um Rei Nagô” (Hekel Tavares), com passagens pelo negro espiritual “Deep River”, rio profundo, como um além-mar transatlântico, que nos leva ao canto dos terreiros, de Ogun a Ọya, do amor em dueto dos personagens Porgy and Bess e como uma assunção à ancestralidade a partir do Intermezzo da ópera “Cavalleria Rusticana”.

O concerto é uma ode ao maestro desbravador em batuques e melodias, com um elenco especial de cantores e cantoras negras, como o barítono Davi Marcondes, a soprano Edna d’Oliveira, a mezzo-soprano Juliana Taino, o baixo Anderson Barbosa, o tenor Josival Souza e Marcos Aragoni, ao piano. Acompanham ainda na percussão os músicos Pai Marcelinho de Ologunedé, Zuuh Bara, Victor Olubata e Elemoṣo Keke.

O concerto é realizado pelo Sesc Carmo e tem a parceria especial do Theatro Municipal de São Paulo.

Programa:

Cântico a Ogun (tradicional Iorubá) – 3′ – Domínio Público
Com Davi Marcondes (solo) e Tutti

Nkosi Sikelele’iAfrika “Deus abençoe a África” – Hino Nacional da Libertação da África do Sul – 3′
Composição: Enoch Sontonga (1873-1905)
Letra: Samuel Mqhayi (1875-1945)
Tutti

Oração ao Guerreiro – 4’11”
Composição: Hekel Tavares (1896-1969)
Letra: Murilo Araújo (1894-1980)
Com Anderson Barbosa

Leilão (Scenas Coloniaes 1870) (1933) – 3’10”
Composição: Hekel Tavares (1896-1969)
Letra: Joracy Camargo (1898-1973)
Com Edna d’Oliveira

Deep River – 4′
Canção Tradicional Afro Americana
Arranjo: Harry Burleigh (1866-1949)
Com Juliana Taino

Banzo (1933) – 3’20”
Composição: Hekel Tavares (1896-1969)
Letra: Murilo Araújo (1894-1980)
Com Anderson Barbosa

Quizomba (1932) – Extraído do bailado “Maracatú do Chico-Rei”- 3′
Composição: Francisco Mignone (1897-1986)
Com Davi Marcondes

Ciclo Beira Mar (1966) – 8′
1. Estrela do Mar
2. Iemanjá Ôtô
3. Ogum de Lê
Composição: Marlos Nobre (1939)
Letra: Textos do Folclore da Bahia
Com Josival Souza

Bess, you is my woman now – Dueto da Ópera “Porgy and Bess (1935)”- 5’30”
Composição: George Gershwin (1898-1937)
Libreto: Ira Gershwin (1896-1983) e DuBose Heyward (1885-1940)
Com Davi Marcondes e Edna Oliveira

Abá-Logum – 3’20”
Composição: Waldemar Henrique (1905-1995)
Letra: Capiba (1904-1997) e Camargo Guarnieri (1907-1993)
com Juliana Taino

Abaluaiê (Ponto Ritual) – 2′
Composição: Waldemar Henrique (1905-1995)
Letra: Sobre motivo conhecido em Ilhéus-Bahia
Com Josival Souza

Funeral d’um Rei Nagô (Canto de Alufá) – 2′
Composição: Hekel Tavares (1896-1969)
Letra: Murilo Araújo (1894-1980)
Com Anderson Barbosa

Intermezzo Cavalleria Rusticana (1890) – 4′
Composição: Pietro Mascagni (1863-1945)
Com Marcos Aragoni

Cântico tradicional de Oyá – 2′
Domínio Público
Com Juliana Taino (solo) e Tutti

Duração: aproximadamente 80 minutos.

 

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito

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