MASP recebe mostra sobre colapso ambiental
Com mais de 40 obras, mostra "Clarissa Tossin: Ponto sem Retorno" traz cenário pós-catástrofe ambiental

Informações
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Data de inicio e término
10/10/2025 até 01/02/2026
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Dias da semana e horários
Terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h)| Quarta e quinta, das 10h às 18h (entrada até as 17h) | Sexta, das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30) | Sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
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Valores
R$ 75 (inteira) | R$ 37 (meia)
Mais detalhes
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand inaugura a exposição “Clarissa Tossin: Ponto sem Retorno”, a primeira mostra individual da artista em um museu brasileiro. A exibição reúne mais de 40 obras produzidas ao longo das últimas duas décadas, trazendo uma reflexão potente sobre a crise climática e seus impactos sociais e ambientais.
Nascida em Porto Alegre em 1973 e radicada em Los Angeles, Clarissa Tossin trabalha com resíduos, objetos e materiais que funcionam como testemunhos do colapso ambiental. A mostra abrange desde catástrofes que marcaram sua cidade natal até os incêndios recentes na Califórnia, onde vive atualmente.
Entre os destaques está “Volume Morto” (2025), obra comissionada pelo MASP. A instalação foi criada com tinta produzida a partir da terra de três localidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 — Cidade Baixa, Sarandi e Eldorado do Sul. Nas paredes da galeria, recriam-se as marcas horizontais de lama deixadas nas construções após os alagamentos, evocando também os rastros de Mariana (2015) e Brumadinho (2019).
Outra obra simbólica é “You Gotta Make Your Own Worlds” (2019), destruída pelos incêndios que devastaram a Califórnia em janeiro de 2025. A peça, perdida junto com todos os bens de seus colecionadores, é lembrada na mostra por meio de uma marca na parede em tamanho original, acompanhada de legenda explicativa, como um obituário. O título da obra vem do livro “A Parábola do Semeador” (1993), de Octavia E. Butler, distopia que dialoga com temas de colapso ambiental e deslocamentos humanos.
A artista também conecta o sofrimento ambiental ao dos corpos humanos e não humanos. Em “Death by Heat Wave” (Acer Pseudoplatanus, Mulhouse Forest) [Morte por onda de calor] (2021), galhos e troncos de uma árvore morta em decorrência de uma onda de calor na França se espalham pelo espaço expositivo, criando uma instalação monumental.
Outra vertente de sua pesquisa propõe paralelos entre o uso histórico da cartografia na colonização das Américas e as atuais imagens de satélite que orientam a busca por água e minerais em outros planetas. Nessas obras, Clarissa Tossin sobrepõe mapas coloniais a registros de telescópio, ao mesmo tempo em que incorpora caixas e envelopes da Amazon, metáfora para o consumo de massa que alimenta tanto a exploração terrestre quanto as ambições de colonização espacial.
O agendamento on-line é obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos.
Dados de contato
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Telefone
(11) 3149-5959
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