MASP exibe mostra “Vídeo nas Aldeias”
Projeto reúne filmes que trazem diferentes visões indígenas sobre natureza, memória e espiritualidade

Informações
-
Data de inicio e término
13 jun até 10 ago
-
Dias da semana e horários
Terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h) | Quarta e quinta, das 10h às 18h (entrada até as 17h) | Sexta, das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30)| Sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h)
-
-
Valores
R$ 75,00 | R$ 37,00 (meia)
Mais detalhes
“Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias” faz parte da programação do MASP dedicada ao tema “Histórias da Ecologia” e retrata a diversidade dos povos indígenas em seus modos de ver, habitar e se relacionar com o mundo e com o meio ambiente. A mostra reúne os filmes “Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20” (2012), de Kamikia Kisêdjê; “Bicicletas de Nhanderú” (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy; e “Yaõkwa – Imagem e Memória” (2020), de Vincent e Rita Carelli.
Os filmes foram realizados a partir de processos coletivos e oficinas promovidas pelo projeto “Vídeo nas Aldeias”, idealizado em 1986 pelo antropólogo e documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli (Paris, França, 1953).
O projeto surgiu com a iniciativa de registrar comunidades indígenas e exibir essas imagens para os próprios povos filmados. Com o tempo, consolidou-se como um programa de formação de cineastas indígenas no Brasil, oferecendo oficinas, apoio técnico e doação de equipamentos audiovisuais.
Com curadoria de Isabela Ferreira Loures, a mostra aborda uma concepção de ecologia baseada em cosmologias indígenas, na qual o meio ambiente não é visto como recurso ou paisagem, mas como campo de relações que compreende a espiritualidade e a própria existência.
“Esses filmes revelam uma maneira diferente de se relacionar com o mundo e de existir no mundo. Uma forma de compreender o meio ambiente como algo expandido, que vai além da ideia de preservação pela preservação. O meio ambiente, para essas comunidades, é o próprio meio de vida”, diz a curadora.
Na mostra, os filmes são exibidos em sequência, em projeções contínuas. “Amne Adji Papere Mba – Carta Kisêdjê para o RIO+20” (2012), de Kamikia Kisêdjê, é um vídeo manifesto das mulheres Kisêdjê contra o desmatamento das florestas e a poluição dos rios decorrentes da construção da usina de Belo Monte, no Xingu.
O filme foi produzido pela cineasta e pelo Coletivo Kisêdjê de Cinema como uma mensagem do seu povo para a RIO+20. Nesse contexto, as mulheres tomaram a frente dos depoimentos, expressando com contundência sua apreensão diante da devastação da Amazônia e do futuro de seus netos.
“Bicicletas de Nhanderú” (2011), de Ariel Duarte Ortega Kuaray Poty e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, cineastas Guarani Mbya, oferece uma imersão na espiritualidade presente no cotidiano dos Mbya-Guarani da aldeia Koenju, evidenciando uma relação simbiótica do povo com a floresta.
“Yaõkwa – Imagem e Memória” (2020), de Vincent e Rita Carelli, acompanha o retorno à comunidade Enawenê Nawê, no Mato Grosso, para devolver imagens filmadas ao longo de quinze anos pelo Vídeo nas Aldeias. Esses registros documentam o Yaõkwa, o ritual mais longo da comunidade, em que os mestres de cerimônia entoam, por sete meses, diversos cantos para manter o equilíbrio entre o mundo terreno e o espiritual.
Quinze anos depois, os Enawenê Nawê reverenciam essas imagens, reencontrando parentes falecidos, costumes esquecidos e cantos rituais preciosos.
“Sala de Vídeo: Vídeo nas Aldeias” está no está no 2º subsolo, no Edifício Lina Bo Bardi, e integra a programação anual do MASP dedicada às “Histórias da Ecologia”. A programação do ano também inclui mostras audiovisuais de Emilija Škarnulytè, Inuk Silis Høegh, Janaina Wagner, Maya Watanabe e Tania Ximena.
Dados de contato
-
Telefone
(11) 3149-5959
-
Site
-
Redes sociais