“Mamão Papai” faz nova temporada

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Partindo da ideia de que é possível existir como mulher para além do que é socialmente esperado, Pâmela Côto estreia o solo “Mamão Papai”, com direção de Carla Zanini, no Teatro Arthur Azevedo.

Com colaboração dramatúrgica de Maria Isabel Iorio, o espetáculo acompanha uma mulher que, ao revisitar memórias eróticas e afetivas, tenta se reconectar com o pai após anos de silêncio e distanciamento. Em meio a lembranças que mesclam prazer e dor, ela reflete sobre as diversas formas de violência que atravessam sua vida, especialmente as que envolvem figuras masculinas.

“Ela precisa reconstruir essas narrativas e, nessa trajetória, resgata muitas memórias eróticas, que trazem o prazer numa perspectiva ativa, questionando seu papel social esperado. A peça é uma ode à vida, ao direito de amar, de gozar e de celebrar”, afirma Pâmela Côto.

Com assistência de direção de Giuliana Maria e preparação de elenco de Felipe Rocha, a encenação propõe uma relação direta entre atriz e plateia, construída sobre humor, dor e intensidade.

O título “Mamão Papai” faz referência tanto à árvore e seu fruto quanto à tentativa de preencher o vazio deixado pela ausência paterna. As masculinidades presentes no solo são apresentadas de forma alegórica, representando as forças que moldam as experiências femininas.

Entre a dor e a libertação, “Mamão Papai” convida o público a refletir sobre as fronteiras do feminino e sobre a possibilidade de reconstruir a si mesma através da arte, do corpo e da palavra.

O projeto também inclui workshops gratuitos na Casa de Cultura do Butantã e no próprio teatro, entre outubro e novembro, com atividades sobre produção executiva, ministrada por Thaís Venitt, e direção cênica, conduzida por Carla Zanini. As oficinas oferecem um espaço de troca entre artistas, público e novos profissionais interessados em se aproximar das artes cênicas. As inscrições podem ser feitas pelo perfil @mamaopapaiteatro.