Exposição resgata história de imigrantes judeus

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A Unibes Cultural inaugura, no dia 5 de novembro, a exposição “Mooca Judaica: Histórias e Memórias de uma Comunidade”, que fica aberta à visitação de quarta a domingo, das 12h às 19h, até 14 de dezembro.

Com entrada gratuita, a mostra resgata a presença dos imigrantes judeus no bairro da zona Leste de São Paulo. Todo o conteúdo foi selecionado a partir das pesquisas de Adriana Abuhab Bialski e Myriam Rosenblit Szwarcbart, sob a curadoria da historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP).

A exposição reúne fotografias, depoimentos e documentos históricos que revelam o cotidiano, a formação comunitária e o papel desses indivíduos no desenvolvimento da região.

Os primeiros grupos de imigrantes chegaram a São Paulo no final do século 19, quando desembarcaram no porto de Santos e caminharam pela linha de trem em direção à capital.

Muitos judeus recomeçaram a vida no Brasil trabalhando como mascates ou ambulantes e, só mais tarde, consolidaram seus próprios negócios. Essa herança permanece na atualidade, com a presença de famílias tradicionais no comércio da capital.

Além disso, os documentos registram que, até a década de 1930, já havia duas sinagogas funcionando na cidade, ambas na rua Odorico Mendes, no limite entre o Cambuci e a Mooca, sendo símbolos da presença organizada da comunidade.

Apesar de o bairro ter sido fundado em 1556, seu desenvolvimento se deve à chegada dos imigrantes europeus, motivados pela crescente industrialização local.

A convivência com outras comunidades de origem estrangeira, como italianos, espanhóis, portugueses e lituanos, ajudou a moldar a identidade multicultural da região, com espaço para a formação da ‘Mooca judaica’.

O evento na Unibes, além de celebrar essa história, está inserido em um panorama mais amplo: é um desdobramento do projeto “Comunidade Judaica da Mooca”, desenvolvido desde 2023, com o apoio de representantes oriundos do bairro.

É um justo reconhecimento da importância da comunidade judaica para São Paulo, hoje estimada em cerca de 60 mil pessoas, e que mantém uma rede ativa de sinagogas, escolas e instituições culturais.