Espetáculo “Mãe Preta” estreia no CCBB

Obra celebra a potência das mulheres negras em texto inédito e emocionante.

Mãe Preta Foto: Noelia Nájera

Informações

  • Data de inicio e término

    06 fev até 23 fev

  • Dias da semana e horários

    Quinta e sexta, às 19h | Sábado, às 15h e 18h I Domingo, às 18h) | Sessão extra no dia 23/02, às 15h

  • Endereço

    Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico

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Mais detalhes

O espetáculo inédito “Mãe Preta”, que fecha a “Trilogia Matriarcas”, busca enaltecer essa mulher humana, infinita em suas possibilidades, que tem direito à felicidade, direito ao erro, que precisa descobrir o que é bom para ela mesma para que seja uma mulher completa.

O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Banco do Brasil e Banco BV, com patrocínio do Banco do Brasil e Banco BV, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

O propósito da obra, escrita por Valesca Lins e Lucelia Sergio, é homenagear a história da intelectual Helena Theodoro, primeira doutora negra em filosofia do Brasil. A peça acompanha uma mulher enlutada que busca forças para comemorar novamente a vida, lutando contra os fantasmas que a aprisionam nas funções de mãe e esposa, enquanto tenta restabelecer sua própria história.

A família enfrenta o trauma da perda do caçula, um dia após sua festa de aniversário. As lembranças que revivem a tragédia pairam sobre a culpa, a tristeza, o desequilíbrio e as imposições sociais que impedem essa mulher de viver seus desejos e alegrias, de festejar aniversários e brindar a vida.

A obra busca valorizar uma mulher múltipla, propondo olhares que reforçam a humanidade desta mulher, não reduzindo sua experiência dentro de estereótipos sociais marcados pelo dever de cuidar e servir. Segundo Lucelia Sergio, diretora da peça, a produção busca entender as escolhas da protagonista não como derrotas, mas como parte de seu pertencimento e lugar no mundo.

“E esse é um prisma sobre o qual pouco enxergamos a mulher negra. Olhar os impactos sociais e a construção da sua própria identidade numa perspectiva geracional nos faz refletir sobre a importância do fortalecimento de nossas relações familiares e da nossa relação com a nossa cultura”, explica Lucelia.

Para Helena Theodoro, o evento tem sido uma verdadeira celebração da filosofia africana e da mulher negra, reunindo debates, oficinas, exposições e exibições de filmes e espetáculos. Para ela, trata-se de um espaço onde o saber ancestral e a arte se entrelaçam para enriquecer nossa cultura contemporânea

“Estou profundamente feliz e honrada com essa ocupação no CCBB. Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta. Essas diferentes facetas coexistem em uma única mulher, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções. Além disso, o que mais me emociona é a possibilidade de usar o palco para compartilhar essa visão do feminino como uma força vital, capaz de gerar, expandir e conectar gerações”, ressaltou Helena.

Com direção, figurino e cenografia assinados por uma equipe de excelência, a montagem reúne as atrizes Teca Pereira, Tatiana Henrique e Luiza Loroza, que dão vida às personagens com atuações intensas e impactantes. O cenário, concebido por Anderson Dias, a trilha sonora de Dani Nega, iluminação de Anderson Ratto e produção de Palavra Z Produções Culturais.

“‘Mãe Preta’ é um convite para que o povo enxergue a força da mulher negra em sua plenitude, para além das dores e dos papéis que a sociedade lhe impõe. O texto reflete sobre reconstrução, encontrar forças no afeto em suas vivências para seguir em frente, mesmo quando tudo parece ruir,” conclui a diretora, Lucelia Sergio

Com 60 minutos de duração e censura de 12 anos, “Mãe Preta” promete emocionar e inspirar o público ao mostrar a força, a ancestralidade e a capacidade de reinvenção das mulheres negras.

Ao destacar o legado de Helena Theodoro, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra a história de resistência e sabedoria da cultura afro-brasileira, oferecendo ao público uma experiência enriquecedora que conecta arte, conhecimento e transformação social. Essa iniciativa fortalece o papel do CCBB como um espaço de valorização e celebração das múltiplas vozes que compõem a identidade cultural brasileira.

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito
  • Maiores de 12 anos

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