Depressão é tema do espetáculo “Vitaminas”
Espetáculo aborda transtornos psíquicos que se tornaram epidêmicos a partir da década de 1980

Informações
-
Data de inicio e término
02 maio até 23 maio
-
Dias da semana e horários
Quinta a sábado, às 20h
-
-
Valores
de R$ 15,00 a R$ 50,00
Mais detalhes
No espetáculo “Vitaminas”, em cartaz no Auditório no Sesc Pinheiros, quatro trajetórias se cruzam em um panorama da sociedade americana da década de 1980. São histórias privadas, em que a intimidade dos relacionamentos amorosos parece não se encaixar à promessa de sucesso pessoal.
No elenco estão Ericka Leal, Fani Feldman, Igor Mo, Jessica Mancini, Jonathan Moreira, Lígia Fonseca e Victor Bittow.
O espetáculo aborda a depressão e outros transtornos psíquicos que se tornaram epidêmicos a partir da década de oitenta, confrontando o Realismo da literatura norte-americana, ao atual conceito de Realismo Capitalista, defendido por Mark Fisher. A peça enxerga na “falta de alternativa” neoliberal o crescimento da indústria cultural de Hollywood que coloniza o imaginário brasileiro pós-ditadura.

Foto: @jonatasmarques
Uma paródia crítica do “American way of life” que, ao mesmo tempo em que vigora enquanto ideologia dominante em nossa sociedade, naufraga enquanto projeto estético e político. Uma peça que enxerga o fracasso como alternativa para uma sociedade onde só os vencedores têm vez.
Com texto de Clayton Mariano, que também assina a direção ao lado de Rodolfo Amorim, a peça explora um realismo sujo e minimalista, que impõe um humor que não cai em um sarcasmo desalmado e com um calor que emana do próprio desfrute de narrar, estruturam essa dramaturgia baseada nos limites da intimidade e da vida privada. Investigando pequenos eventos do cotidiano, muitas vezes banais, mas que de tão íntimos parecem inacessíveis ao voyeurismo latente da sociedade atual.
“A intimidade que abordamos é em tudo oposta ao gesto da superexposição tão corrente em nossa sociedade atual. Está mais para o negativo dessa falsa felicidade que se propagandeia e se expõe através das redes com uma urgência inexplicável sem sentido. Olhamos para os recalques, para aquilo que não se vende. Nos debruçamos nesses pequenos e poderosos afetos que insistem em contrariar a ordem fetichista do capital: o luto, o trauma, a vergonha, a angústia, a inveja, entre tantos outros considerados impróprios ao sistema, para, basicamente, encarar tudo aquilo que em silêncio nos relembra que ainda somos humanos”, contam os diretores Clayton e Rodolfo.

Foto: @jonatasmarques
“Trabalhamos com referências das centenas de “filmes-da-sessão-da-tarde” e das “séries-enlatadas” que povoam nosso imaginário, que continuam até hoje fazendo sucesso nas novas plataformas streamings. Podemos dizer que eles constituem uma espécie de passado comum, que nenhum de nós viveu. Um passado fabricado em Hollywood. Para nós é como se fosse possível escovar a contrapelo (lembrando a famosa imagem de W. Benjamin), esse imenso imaginário de melodramas familiares que tanto fizeram parte de nossas vidas e talvez arrancar deles aquilo que há ainda de potente, ou seja, aquilo que ele esconde, o seu fracasso e sobretudo tudo aquilo que nos torna, brasileiros, e ocidentais em geral, parte dessa mesma cultura colonizada”, completam.
Sinopse
Em “Vitaminas”, quatro trajetórias se cruzam em um panorama da sociedade americana da década de 1980. São histórias privadas, em que a intimidade dos relacionamentos amorosos parece não se encaixar à promessa de sucesso pessoal. O fracasso como sintoma e resistência ao neoliberalismo.
Dados de contato
-
Telefone
(11) 3095-9400
-
-
Redes sociais