“Carta à Rainha Louca” chega ao Sesc Bom Retiro

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Pensado para discutir a opressão feminina desde o Brasil Colônia, o espetáculo “Carta à Rainha Louca”, do Núcleo Toada, nasce da obra homônima de Maria Valéria Rezende, lançada em 2019 e vencedora do Prêmio Oceanos em 2020. Reconhecida por sua escrita sobre memória, feminismo e o “Brasil profundo”, Maria Valéria coloca o povo no centro da literatura e se consolidou como uma das grandes vozes da cena literária brasileira.

Autora premiada com Jabutis, Oceanos e Casa de las Américas, Maria Valéria tem livros publicados em mais de oito países. Educadora popular e freira ligada à Teologia da Libertação, estreou na literatura quase aos 60 anos, conquistando leitores no Brasil e no mundo.

Com idealização de Lilian de Lima e do Núcleo Toada, dramaturgia de Bárbara Esmenia e direção de Patricia Gifford, o espetáculo aposta na força de um coro de 17 vozes para expandir as questões do livro. A música é parte essencial da encenação, com direção musical, composições e arranjos assinados por Fernanda Maia.

No elenco estão Carla Vitor, Cida Portela, Eli Weinfurter, Joice Jane Teixeira, Legina Leandro, Márcia Fernandes, Marta Mendes, Priscila Ortelã, Rebeka Teixeira, Rommaní Carvalho, Simone Julian, Uriã de Barros, Wilma Elena, Giullia Assmann e Mayara Alencar, além da própria Fernanda Maia.

“Esse coral poderoso, com uma equipe artística grande ao redor, é composto por pessoas com diferentes idades, com variadas experiências em teatro, vindas de diferentes territórios, numa diversidade étnico-racial e de gênero, enfrentando a beleza do desafio de formar um coro. Quisemos evocar a coletividade, trazendo o sentido de uma rede, de uma aliança, de uma força, de um certo sentido de comunitarismo, porque é uma história de opressão”, conta a diretora.

O espetáculo narra a história de Isabel das Santas Virgens, que, isolada em um convento em Olinda, escreve uma carta à Rainha Maria I de Portugal — a famosa Rainha Louca. Nela, Isabel conta sua própria trajetória e denuncia as violências sofridas pelas mulheres no Brasil Colônia.

Acusada injustamente de tentar fundar um convento clandestino em Minas Gerais, Isabel é presa. Mas, na verdade, o que ela buscava era criar uma comunidade para acolher mulheres pobres, sem família, sem renda e sem destino — as chamadas “sobrantes”.

A temporada no Sesc Bom Retiro também inclui o encontro “Do Romance ao Palco – Bate-papo sobre o livro Carta à Rainha Louca”. Maria Valéria Rezende, Lilian de Lima e Patrícia Gifford conversam sobre as motivações da escritora para criar a obra e sobre o processo de adaptação do texto para o teatro. O evento acontece no sábado, dia 4 de outubro, a partir das 16h, grátis.

Os ingressos para o espetáculo “Carta à Rainha Louca” estão disponíveis neste link.

Sessões com acessibilidade:
dia 4/10,  sábado, às 20h – Audiodescrição
dia 5/10, domingo, às 18h – Libras