CAIXA Cultural recebe exposição do artista Jeff Alan

"Comigo Ninguém Pode" já passou por Olinda, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.

Comigo Ninguém Pode Crédito: Shilton Araújo

Informações

  • Data de inicio e término

    06 dez até 09 fev

  • Dias da semana e horários

    Terça a domingo, das 9h às 18h

  • Endereço

    Praça da Sé, 111 - Centro

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Mais detalhes

A CAIXA Cultural São Paulo apresenta a exposição individual “Comigo Ninguém Pode – A pintura de Jeff Alan”, com 40 obras do artista visual pernambucano que destacam os traços e biotipos de crianças, jovens e adultos negros que entrecruzam o caminho do artista. Na programação também estão previstas visitas mediadas e uma oficina. O projeto tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, curadoria do antropólogo Bruno Albertim e realização da Fervo Projetos Culturais.

Com pinturas expostas na França e na Inglaterra e uma residência artística em Portugal, Jeff Alan desponta como um dos principais nomes das artes visuais contemporâneas brasileiras. “Comigo ninguém Pode”, sua mais nova exposição individual, estreou em Olinda e já passou por Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, com um público de mais de 100 mil pessoas.

“‘Comigo Ninguém Pode’ é uma planta que me acompanha toda a vida, em todas as casas onde minha família morou. Eu a encontro com muita facilidade nas ruas do meu bairro e ela aparece na exposição como forma de memória, de proteção, e principalmente como um grito, um grito de quem se levanta todo santo dia, vai pra batalha e diz: ´Comigo Ninguém Pode’. Isso me encoraja a acreditar nos meus sonhos e viver deles”, explica o artista.

Daltônico, Jeff pinta desde a infância, motivado por sua mãe, Lucilene Mendes. Começou nas ruas, tendo como suporte os grafites. “Eu costumava pintar em preto e branco, passei a inserir as cores no meu trabalho um pouco antes da pandemia, aí na série “Olhar Para Dentro” comecei a fazer vídeos e fotos das pessoas pretas, que depois se transformaram nas pinturas”, conta ele.

Seu trabalho figurativo, de dimensões diversas, em acrílica sobre tela e desenho sobre papel, dão visibilidade às histórias e rostos dos moradores de sua comunidade no bairro do Barro, zona oeste da cidade do Recife. Personagens negros reais, de seu convívio, que são fotografados e depois pintados em cores saturadas e contrastadas.

“Quando ele pinta esses rostos, ele faz um trabalho de reescrita na história da arte brasileira. Se, como Gilberto Gil canta, ´a felicidade do negro é uma felicidade guerreira´, Jeff Alan põe em decomposição a figura do preto de subalternidade degradante naturalizado por Debret. Ao trazer seus contemporâneos, quase sempre tão periféricos porque pretos, quase sempre pretos porque periféricos, para o centro não apenas da composição, mas a lugares sociais historicamente negados, ele está pintando não apenas os personagens que estão ali, mas também todas as pessoas que os antecedem e que os sucedem”, analisa o antropólogo Bruno Albertim, que assina a curadoria da exposição.

Para o artista, seu trabalho se comunica de forma direta com a população preta: “Quero que essas obras sejam vistas como espelhos, que possam despertar o sentimento de pertencimento”, diz ele.

Animado a voltar a São Paulo, seu “primeiro destino de avião, o primeiro lugar onde levei minha arte”, ele conta que retornar à cidade com uma exposição individual em um equipamento de grande porte tem um sentido ainda mais especial: “É algo muito potente. Penso em fazer uma intervenção na Praça da Sé, falar sobre sonhos, abordar as pessoas que estão em situação de rua, que também são meu público na exposição”, diz ele.

Fã dos Racionais Mc´s, sua obra “Recomeços” é inspirada na música “Um homem na estrada”. Outra se chama “Lave o Rosto nas Águas Sagradas da Pia, Nada Como um Dia Após o Outro Dia”, trecho da música “Jesus Chorou”.

Nos dias 14 de dezembro e 18 de janeiro de 2025, às 11h, haverá visitas mediadas com Jeff Alan, enquanto no dia 17 de janeiro de 2025, às 14h, uma oficina com o artista. Já nos dias 04 de fevereiro de 2025, às 14h e 05 de fevereiro de 2025, às 10h, haverá visita mediada com o curador Bruno Albertim.

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito
  • Livre para todas as idades

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