Andrea Beltrão volta com “Lady Tempestade” na Faap
Monólogo retrata a luta da advogada Mércia Albuquerque na defesa de presos políticos durante a ditadura

Informações
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Data de inicio e término
08/08/2025 até 05/10/2025
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Dias da semana e horários
Sextas e sábados, às 20h
Domingos, às 17h -
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Valores
Plateia e mezanino: R$160 (inteira) e R$80 (meia-entrada)
Cadeiras no palco: R$200 (inteira) e R$100 (meia-entrada)
Mais detalhes
O monólogo “Lady Tempestade”, estrelado por Andrea Beltrão, volta a São Paulo neste mês, no Teatro Faap, após uma temporada no Sesc Consolação, no primeiro semestre, que teve ingressos esgotados em todas as sessões.
Na história, baseada nos diários da advogada pernambucana Mércia Albuquerque (1934-2003), passado, presente e futuro se misturam.
O texto propõe uma reflexão sobre as violências e injustiças de ontem e hoje, por meio de relatos sobre sua atuação em defesa de centenas de presos e presas políticas do Nordeste, principalmente entre 1973 e 1974, um dos períodos mais pesados da ditadura brasileira.
Na trama escrita por Sílvia Gomez e dirigida por Yara de Novaes, Andrea Beltrão interpreta A., mulher que recebe os diários de Mércia e fica impactada com o testemunho pela busca de justiça ou, ao menos, de uma resposta sobre o paradeiro de desaparecidos, a partir das súplicas de mães desesperadas, repletas de violência e coragem.
Numa espécie de “diário dentro do diário”, A. encara o dilema de se envolver com aquela história, mas acaba mergulhando nela. Aos poucos, vai revelando uma personagem feminina importante, que começa a ser reconhecida a partir da publicação de suas memórias em livro, em 2023.
“Mércia dizia que era uma contadora de histórias de pessoas que reconstruíram a liberdade. Eu sou uma contadora de histórias. Eu acredito que contar histórias é uma maneira amorosa de pensarmos juntos no nosso passado, nosso presente e nosso futuro. Contar histórias amorosamente, para nunca esquecer. Para tentarmos responder às perguntas que nos fazemos aqui e agora”, explica Andrea.
A opção de levar essa história aos palcos veio, por coincidência, após seu monólogo “Antígona” (2017), montagem sobre o clássico de Sófocles, em que a protagonista enfrenta a ordem do rei Creonte para deixar seu irmão, que lutou na guerra, insepulto.
Premiada nos dois espetáculos, em “Lady Tempestade”, a atriz retoma o tema da luta por justiça, e pelo sepultamento digno de entes queridos.
Ao fazer paralelos com o tempo presente, com direito a um desabafo verídico, em áudio, de uma mãe que teve o filho assassinado pela polícia em 2022, A. envolve a plateia numa questão angustiante, mas provocadora: se não dá para “desver”, o que podemos fazer com isso?
Uma frase é repetida algumas vezes no texto, após a leitura de trechos dramáticos do diário de Mércia: “Essas coisas acontecem, aconteceram, acontecerão”.
O texto da peça, com dramaturgia de Sílvia Gomez, ganhou uma versão literária, pela Editora Cobogó. Além do texto integral da peça, a edição inclui uma apresentação da autora e textos de Yara de Novaes, Andrea Beltrão e Samarone Lima, jornalista e autor do livro “Zé – José Carlos Novais Da Mata Machado, Uma Reportagem”, para o qual pesquisou os documentos de Mércia Albuquerque e a entrevistou.
“Lady Tempestade” ainda terá uma versão para o cinema, com direção de Mauricio Farias e direção de arte de Luciane Nicolino, baseada no espetáculo teatral, com a participação de Chico Beltrão, filho da artista.
As filmagens aconteceram em janeiro fevereiro de 2025 e levam para as telas os espaços físico-temporais dessa história, fazendo uma justaposição entre o teatro e o cinema, entre o palco e o apartamento onde vive a personagem A.
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