“A Recaída” entra em cartaz no Atelier Cênico

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O drama de uma mãe que enfrenta a dor da perda do único filho para a Covid-19 é o ponto de partida de “A Recaída”, primeiro texto dramatúrgico de Filipe Doutel e Victória Camargo, com direção de Marcelo Braga. O

O monólogo acompanha uma atriz que, após quatro décadas afastada dos palcos, prepara-se no camarim para uma nova estreia. Enquanto se arruma, ela revisita as memórias de sua vida e de sua carreira, marcadas por perdas pessoais e pelos traumas coletivos que moldaram o Brasil, da ditadura militar à pandemia de Covid-19.

Ao longo da narrativa, o espetáculo propõe uma reflexão sobre como o país e o indivíduo lidam com suas feridas históricas, os ciclos de sofrimento e a necessidade de reconstrução. O espaço cênico, batizado de “Casa-Camarim”, mistura o presente da personagem com suas lembranças, funcionando como abrigo simbólico para o reencontro entre arte, memória e cura.

“’A Recaída’ fala da nossa história recente e narra a trajetória de uma atriz que volta aos palcos 40 anos depois da sua estreia”, explica o diretor Marcelo Braga.

“Ela vive dois momentos marcantes — 1984, ano das Diretas Já, e 2021, ápice da pandemia. No primeiro, perde o namorado e pai do filho que espera; no segundo, perde o filho para a Covid.”

Braga acrescenta que o espetáculo busca o essencial para compreender a travessia da protagonista.

“Ela se prepara para interpretar novamente ‘Mãe Coragem’, de Brecht. Quarenta anos atrás, havia representado Katrin, a filha muda. A luz e a trilha ajudam a compor as memórias e o caminho emocional dessa mulher”, diz o diretor.

Com linguagem poética e forte carga simbólica, “A Recaída” transforma o palco em um espaço de memória, cura e resistência.

Vendas online de ingressos estão disponíveis via Sympla.