A ópera é um gênero de arte teatral em que a encenação é feita por meio de canto lírico, acompanhado por música instrumental. Muitas vezes, as apresentações contam com uma orquestra sinfônica completa, podendo ter ou não diálogos, chamados de recitativos, situados entre o canto e a fala.
Cantores com vozes potentes e muita técnica vocal interpretam os personagens das histórias contadas a cada espetáculo, e essa é a maior diferença em relação ao teatro: o libreto, que é a ‘letra’ da ópera, é totalmente cantada ou recitada, sem amplificação.
Mas, elementos típicos das montagens teatrais, como cenografia e figurinos, também estão presentes nas óperas e ajudam os intérpretes a transmitir toda sua emoção à plateia.

Cantora em cena de uma ópera. | Foto: goodynewshoes
A estrutura de uma ópera
Os personagens e seus respectivos intérpretes são classificados de acordo com seu timbre de voz, que pode ser:
Papeis masculinos: baixo, baixo-barítono (ou baixo-cantor), barítono, tenor e contratenor;
Papeis femininos: contralto, mezzo-soprano e soprano.
Cada categoria ainda tem algumas subdivisões, de acordo com as particularidades da voz do cantor ou cantora.
Isso significa que um barítono, por exemplo, pode ser barítono lírico, barítono de caráter ou barítono bufo.
Quanto à organização do enredo, os roteiros das óperas são compostos por:
1. Abertura: é a parte inicial, quando a música é executada por uma orquestra;
2. Recitativo: são os diálogos entre os personagens; enquanto os cantores nos papeis principais interpretam as árias, os secundários participam do coro;
3. Árias: são as composições para a voz solista; apresentam os personagens principais, que, por meio do canto, expressam seus sentimentos e emoções;
4. Coro: é formado por um ou mais personagens, cantando em conjunto com a orquestra; geralmente, o coro representa uma população ou um grupo de pessoas.
As origens
A palavra ópera vem do latim e corresponde ao plural de opus, que significa “obra” nessa língua.
A primeira ópera de que se tem notícia é “Dafne”, de Jacopo Peri (1561 – 1633), composta em 1597, cujo texto se perdeu ao longo da história.
Peri também é responsável por “Eurídice”, a ópera mais antiga que sobrevive até hoje, encenada pela primeira vez em 1600, com libreto de Ottavio Rinuccini.
Ela foi criada para a festa das bodas de Henrique IV, que se tornou rei da França, e Maria de Médicis, filha do Grão-Duque da Toscana, Francisco I de Médici, que aconteceu no mesmo ano.
Mas, mesmo antes do surgimento das óperas como são conhecidas hoje, na Idade Média (entre os séculos 5º e 15), todas as peças teatrais tinham acompanhamento musical, o que também foi uma marca das obras dos trovadores, no período entre o final do século 12 e meados do 14.
Entre as óperas mais conhecidas de todos os tempos, podem ser citadas: “Aída” e “La Traviata”, de Giuseppe Verdi; “Don Giovanni” e “Die Zauberflöte” (A Flauta Mágica), de Wolfgang Amadeus Mozart; “Il Barbiere di Siviglia” (O Barbeiro de Sevilha), de Gioacchino Rossini; “Carmen”, de Georges Bizet, e “La bohème” e “Madama Butterfly”, de Giacomo Puccini.
No Brasil, o compositor de óperas mais famoso é Carlos Gomes, que costumava usar temáticas tipicamente brasileiras, como em “Il Guarany” e “Lo Schiavo”.
Onde ver óperas em São Paulo?

“Carmen”, de Georges Bizet, em apresentação no Theatro Municipal de São Paulo, em 2024. | Foto: Divulgação
Existem, na capital, dois locais especialmente preparados para apresentações de óperas: o Theatro Municipal de São Paulo e o Theatro São Pedro, mas a Sala São Paulo também recebe eventos do tipo, principalmente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
No início de maio, até o dia 10, a ópera “Don Giovanni”, feita por Mozart em parceria com o libretista Lorenzo Da Ponte, é apresentada no Theatro Municipal, na região central, de terça-feira a domingo.
O espetáculo tem a participação da soprano brasileira Carla Cottini, grande destaque no cenário internacional, interpretando a personagem Zerlina.
O Theatro São Pedro será palco das óperas “O Barbeiro de Sevilha”, de Giovanni Paisiello (1740-1816), entre 29 de maio e 1º de junho, e “Falstaff”, de Giuseppe Verdi (1813-1901), a partir do dia 15 de agosto.
- Theatro Municipal
Praça Ramos de Azevedo, s/n, República
Telefone: (11) 3367-7200
- Theatro São Pedro
Rua Barra Funda, 171, Barra Funda
Telefone: (11) 3661-6600
- Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Telefone: (11) 3367-9500
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