Em São Paulo e em outras metrópoles é cada vez mais comum encontrar apartamentos compactos à venda ou para alugar.
Chamados de estúdios, quitinetes ou conjugados, esses imóveis podem ter entre 20 e 40 m2, mas a região central da capital tem um edifício, lançado há pouco mais de três anos, com opções de moradia com apenas 10 m2 de área total.
Organizar roupas, calçados, livros, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e louças nestes espaços tão reduzidos é um verdadeiro desafio.
No entanto, com as orientações certas e um pouco de planejamento, é possível transformar esses apartamentos em lares funcionais e acolhedores.
Em entrevista ao Viva a Cidade, o arquiteto Paulo Tripoloni fala sobre as principais dificuldades e os erros mais frequentes na decoração de pequenos ambientes.
Ele, que está à frente do Atelier Paulo Tripoloni, também dá dicas valiosas para aproveitar melhor cada metro quadrado, sem abrir mão da estética e do estilo.
Dificuldades dos apartamentos compactos
Lidar com os excessos — seja de objetos, móveis ou referências — é uma das maiores dificuldades enfrentadas por quem vai decorar um imóvel compacto.
Por isso, a orientação de Tripoloni é priorizar o que é realmente funcional para a rotina de cada pessoa.
Ele afirma que a escala dos móveis também deve ser uma preocupação: um sofá que parece ideal na loja pode ser grande demais para o espaço disponível, comprometendo a circulação do ambiente.
O mesmo vale para as portas dos armários, que exigem um espaço mínimo para a abertura.
“O segredo está em planejar com cuidado e escolher o que de fato cabe — física e funcionalmente — no espaço. Aqui, o minimalismo é um excelente guia: menos elementos e mais qualidade e intenção em cada escolha”, aconselha.
Erros comuns
E a falta de planejamento é exatamente um dos erros mais frequentes na decoração de pequenos apartamentos pequenos, além do exagero na quantidade de móveis, o que torna os ambientes visualmente carregados e com pouca fluidez.
Para evitar esses problemas, o arquiteto recomenda uma abordagem minimalista, “com poucos elementos de destaque e muita atenção aos vazios, para manter a leveza do espaço“.
Outro erro comum é não medir os espaços antes de comprar móveis e equipamentos, o que pode comprometer a harmonia e levar a improvisos.
Detalhes de um projeto assinado pelo Aterlier de Arquitetura Paulo Tripoloni | Foto: Divulgação
Importância das cores
O especialista diz que a escolha da paleta de cores para a decoração é crucial na percepção do espaço.
Enquanto tons claros e pastéis ajudam a ampliar visualmente os ambientes e a refletir melhor a luz natural, cores escuras podem “fechar” o espaço, dando a sensação de serem ainda mais apertados.
“Isso não significa que o uso de cores vibrantes esteja proibido. A dica é usá-las de forma estratégica, em paredes de destaque ou detalhes decorativos. Uma paleta baseada em tons neutros reforça a sensação de calma e amplitude”, explica Tripoloni.
Conforto e funcionalidade
Para garantir que um estúdio ou quitinete seja confortável e funcional, é importante evitar o excesso de mobiliário. Para isso, uma ótima alternativa é apostar em móveis multifuncionais.
Iluminação e percepção do espaço
A iluminação é um fator que transforma a percepção de espaço. Portanto, um bom projeto valoriza a luz natural e utiliza a iluminação artificial para criar camadas de luz e sombra.
Para melhorar a iluminação sem gastar muito, Tripoloni sugere o uso de abajures, arandelas e espelhos para refletir a luz natural, além de cortinas leves, que mantenham a luminosidade durante o dia.
“Em apartamentos pequenos, vale apostar em soluções simples e acessíveis”, opina.
Tendências de decoração
A multifuncionalidade continua em alta em 2025, com móveis que se adaptam ao uso diário, além de soluções criativas que traduzem a personalidade do morador.
Para não errar, a dica é priorizar o essencial, criando ambientes que reflitam a essência de quem vive ali.