Peças O Legítimo Pai da Bomba Atômica e Os Três Sobreviventes de Hiroshima têm apresentações gratuitas nos Teatros Arthur Azevedo e Paulo Eiró, respectivamente
Encenado por atores nipo-brasileiros, o projeto Oriente-se: Amarelos em Cena apresenta dois espetáculos sobre a possibilidade de extermínio da humanidade trazida pela invenção da bomba atômica, que provocou entre 130 e 240 mil mortes nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no fim da Segunda Guerra.
A peça O Legítimo Pai da Bomba Atômica tem apresentações no Teatro Arthur Azevedo, de 28 a 30 de abril, com apresentações sexta e sábado, às 21h, e no domingo, às 19h. Já Os Três Sobreviventes de Hiroshima fica em cartaz no Teatro Paulo Eiró, entre os dias 12 a 14 de maio, no mesmo horário.
A mostra de repertório é possível graças a recursos da 40ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Sobre O Legítimo Pai da Bomba Atômica
Com texto do premiado autor Murilo César Dias e direção de Gabriela Rabelo, O Legítimo Pai da Bomba Atômica leva para o palco questões políticas, históricas e técnicas que envolvem a criação da bomba atômica e o que significaria para a humanidade o uso dessa arma na atualidade.
A montagem também contribui com um importante debate sobre questões étnicas como representatividade e lugar de fala, pois personagens reais de diversas nacionalidades (alemão, americano, húngaro etc.) são interpretados por atores nipo-brasileiros, integrantes do Coletivo Oriente-se.
O texto, inspirado na história real do físico judeu húngaro Léo Szilárd e na sua participação na construção da primeira bomba atômica, traz para a cena as figuras de sua esposa, a médica Gertrude Weiss, e diversos personagens históricos, entre eles Albert Einstein, o presidente americano Harry Truman, o general Groves, e vários outros que direta ou indiretamente colaboraram para a construção da bomba e para seu lançamento que resultou no extermínio de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki.
O caminho entre a descoberta científica e a sua utilização como bomba de destruição em massa é acompanhado por um drama interno do físico Léo Szilárd, que vê sua invenção ser desviada do objetivo.
A ideia do projeto é alertar para os perigos de se resolver os conflitos mundiais através de guerras, através da montagem de espetáculos que tratem das grandes tragédias da humanidade.
“O objetivo do espetáculo é ajudar a disseminar a cultura de paz, promovendo um debate sobre o sentido das armas de destruição através da história de Léo Szilárd ao mesmo tempo que convidamos o público a refletir sobre a estupidez da guerra e da utilização das armas terríveis que vêm sendo criadas com o avanço da ciência, além disso colocando atores nipo-brasileiros em cena, reforça nosso manifesto como atores nipo-brasileiros que podemos interpretar qualquer personagem e não aqueles tipos estereotipados e equivocados como tintureiro, verdureiro e samurai, quando não nos colocam para falar errado e exóticos. Não somos exóticos e muito menos estrangeiros em nosso próprio país, somos como qualquer outro brasileiro”, diz Rogério Nagai, coordenador geral do projeto, que já viveu o físico na montagem original.
O elenco é formado por Edson Kameda, Gilberto Kido, Ligia Yamaguti, Ricardo Oshiro e Ulisses Sakurai.
Sobre Os Três Sobreviventes de Hiroshima