MASP apresenta mostra da mexicana Minerva Cuevas
Exposição encerra ciclo de "Histórias da Ecologia" e aponta a crise ambiental como questão social

Informações
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Data de inicio e término
05/12/2025 até 12/04/2026
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Dias da semana e horários
Terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h) | Quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h) | Sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30) | Sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h) | Fechado às segundas.
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Valores
R$ 75 (inteira) | R$ 37 (meia)
Mais detalhes
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta a exposição “Minerva Cuevas: Ecologia Social”, a maior mostra individual da artista conceitual mexicana Minerva Cuevas já realizada no Brasil. Reunindo 42 obras, a exposição aborda as conexões entre questões ambientais e estruturas sociais, investigando criticamente os impactos do capitalismo sobre o meio ambiente.
Com trabalhos em diferentes suportes, como instalações, murais, pinturas e vídeos, Cuevas propõe uma reflexão sobre as relações entre economia, poder e exploração dos recursos naturais. Um dos destaques é “Understorm” (2022), obra em que a artista mergulha pinturas antigas em chapopote (piche), material derivado do petróleo que escorre pelas telas e evoca visualmente derrames petrolíferos associados à indústria petroquímica. Ao mesmo tempo, o uso do material remete a práticas de comunidades pré-hispânicas, que utilizavam o piche em contextos rituais e utilitários, criando um diálogo entre passado e presente.
Com curadoria de André Mesquita, curador do MASP, e assistência de Daniela Rodrigues, supervisora de mediação e programas públicos do museu, a exposição encerra o ciclo de 2025 dedicado às “Histórias da Ecologia”. A mostra amplia o debate ao tratar a ecologia como uma questão social, explorando suas dimensões políticas, econômicas e culturais, e questionando os sistemas de poder que regulam as relações entre humanos e não humanos.
“A exposição evidencia que a ecologia é, fundamentalmente, uma questão social, porque não superaremos a crise ecológica vivendo numa sociedade hierárquica. É preciso abrir uma discussão coletiva sobre nossos hábitos, costumes e valores”, afirma André Mesquita.
Outro eixo central da exposição é o cacau, abordado em suas dimensões simbólicas, históricas e econômicas. Em “Feast” [Banquete] (2015), Cuevas utiliza o chocolate para refletir sobre as mitologias mesoamericanas, o uso ritual do cacau e os processos coloniais associados à sua exploração e comércio global. A artista também investigou seu uso como moeda na era pré-hispânica e o cultivo contemporâneo no México, frequentemente associado a regiões impactadas pela indústria do petróleo. Obras como “To Rebel” [Rebelar-se] (2015) subvertem embalagens de chocolate, transformando um símbolo do consumo global em crítica às engrenagens do mercado.
A mostra inclui ainda trabalhos que se apropriam de logotipos, campanhas publicitárias e símbolos corporativos para questionar consumo, valor e propriedade. Em “Égalité” [Igualdade] (2001), Cuevas distribui gratuitamente garrafas de água com embalagens modificadas, colocando em xeque a mercantilização de um recurso essencial à vida e expondo as contradições de um sistema que transforma bens naturais em produtos de luxo.
Ao articular arte, política e ecologia, “Minerva Cuevas: Ecologia Social” propõe uma reflexão urgente sobre os modelos de desenvolvimento contemporâneos e reafirma o papel da arte como espaço de debate crítico e transformação social.
Na mesma data da abertura, são inauguradas também as exposições “André Tanikɨ Yanomami: Ser Imagem” e “Sala de vídeo: Maya Watanabe”.
Dados de contato
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Telefone
(11) 3149-5959
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Site
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