Museu do Ipiranga inaugura “Debret em Questão”
Mostra propõe diálogo entre gravuras de Jean-Baptiste Debret e releituras de artistas contemporâneos

Informações
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Data de inicio e término
25/11/2025 até 17/05/2026
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Dias da semana e horários
De terça a domingo, das 10h às 17h | Última entrada, às 16h
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Mais detalhes
O Museu do Ipiranga inaugura a exposição “Debret em Questão – Olhares Contemporâneos”, que coloca em diálogo a iconografia do Brasil Império produzida por Jean-Baptiste Debret (1768–1848) e releituras críticas de 20 artistas contemporâneos. A mostra deriva do livro “Rever Debret” (Editora 34, 2023), do pesquisador Jacques Leenhardt, que assina a curadoria ao lado de Gabriela Longman.
A iniciativa integra a Temporada França–Brasil 2025, celebração dos 200 anos de relações diplomáticas entre os países. Uma versão reduzida da exposição foi apresentada na Maison de l’Amérique Latine, em Paris, entre abril e outubro deste ano.
Entre o registro histórico e a releitura crítica
Dividida em duas partes, a mostra apresenta inicialmente 35 pranchas litográficas do conjunto “Voyage pittoresque et historique au Brésil”, publicado em Paris entre 1834 e 1839. Debret rejeita o retrato idealizado do império tropical e assume uma perspectiva próxima à antropologia, descrevendo o cotidiano com detalhamento e crítica social. O material foi rejeitado pelo governo imperial brasileiro à época por expor a violência da escravidão no Rio de Janeiro.
Na segunda parte, as obras contemporâneas reagem a esse imaginário.
Obras inéditas e novos diálogos
Entre os destaques estão duas obras inéditas: “Brasil através do espelho”, de Jaime Lauriano, uma instalação que discute etnocídio, apropriação cultural e democracia racial. O artista também apresenta a série “Justiça e Barbárie”, com oito fotografias de cenas de violência divulgadas pela mídia, em especial linchamentos de homens negros, tensionando presente e passado ao evocar referências de Debret.
“Paraíso Tropical”, de Rosana Paulino, um tríptico em técnica mista que revisita a construção histórica do Brasil como paraíso natural. A artista contrapõe motivos derivados de Debret a palavras associadas ao imaginário exótico, revelando os impactos do extrativismo sobre fauna e flora e criando um “choque poético”.
A exposição reúne ainda obras de Anna Bella Geiger, Bruno Weilemann, Cássio Vasconcellos, Claudia Hersz, Denilson Baniwa, Eustáquio Neves, Laercio Redondo, Livia Melzi, Sandra Gamarra, Tiago Gualberto, Tiago Sant’Ana, Val Souza, Valerio Ricci Montani, entre outros, em suportes como pintura, fotografia, vídeo, instalação e colagem digital.
Uma das salas é dedicada ao desfile sobre Debret criado pela escola Acadêmicos do Salgueiro para o Carnaval de 1959, registrado pelo fotógrafo Marcel Gautherot (1910–1996).
Dados de contato
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Telefone
(11) 2065-8000
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