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Última modificação setembro 18, 2025

Comércios testemunham a história de São Paulo

Conheça 5 estabelecimentos que resistem ao tempo, preservam a memória e a identidade da capital paulista

Casa Godinho e comércios históricos em SP Casa Godinho: tradição e história/ Foto: Reprodução Instagram @sauloyassuda

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    Os dias passam, a tecnologia avança, mas existem lugares que resistem ao tempo e são testemunhas da história de uma cidade.

    Essa permanência na paisagem urbana é ainda mais notável quando se trata de estabelecimentos comerciais, que fazem parte de um mercado em constante transformação. 

    Esse é o caso de lojas como a Casa Godinho, o Empório Syrio e a Livraria Calil, entre outros espaços centenários, que preservam a memória e a cultura do Centro de São Paulo.

    Em edifícios antigos, com oferta de produtos e serviços tradicionais, eles continuam na ativa, ajudando a construir a identidade e a memória afetiva dos paulistanos.

    Conhecer esse tipo de comércio é como visitar o passado, revivendo São Paulo de antigamente.

    Aqui, o Viva a Cidade apresenta um roteiro com alguns desses endereços, com todas as informações para quem deseja viver essa experiência. Veja a seguir:  

    1. Casa Godinho

    Fundada em 1888 por José Maria Godinho, um imigrante português, a Casa Godinho nasceu na região da Praça da Sé, sendo transferida, em 1924, para a rua Líbero Badaró, no Edifício Sampaio Moreira, no Centro, onde funciona até hoje. 

    Ela é considerada um dos comércios mais antigos da cidade e foi declarada Primeiro Patrimônio Imaterial da Cidade de São Paulo, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

    O comércio foi, durante muitos anos, a referência de compras para a classe média paulistana.

    A mercearia e padaria ficou famosa por vender o legítimo bacalhau Gadus Morhua Imperial, também conhecido como bacalhau do Porto, além de grãos e temperos a granel. 

    O piso de ladrilho hidráulico, as prateleiras de imbuia do século 19 e os produtos ainda embrulhados em papel reforçam o clima verdadeiramente retrô do estabelecimento. 

    Mas não é só isso: quem vai à Casa Godinho não pode deixar de provar sua empada, premiada como a ‘melhor de São Paulo’, em competição promovida pela revista “Veja São Paulo”.

    O salgado está disponível em oito sabores: camarão, palmito, bacalhau, frango, alheira, linguiça Blumenau, alho-poró e carne seca. Cada uma custa R$ 12,95, e o ‘combo’ as oito variedades custa R$ 103,60, no delivery.

    2. Casa da Boia

    Fundada pelo imigrante sírio Rizkallah Jorge Tahan, em 1898, foi a primeira empresa da cidade a fabricar produtos de cobre e metais não ferrosos.

    A Casa da Boia funciona há mais de 126 anos no térreo de um casarão histórico, na rua Florêncio de Abreu, bem perto do Mosteiro de São Bento.

    Além de ser uma referência no comércio de metais não ferrosos em todo o Brasil, abriga um centro cultural, que preserva a memória e a história do local e da cidade, onde são realizadas exposições e eventos. No acervo há documentos históricos, fotografias e registros administrativos e comerciais.   

    Toda última quinta-feira de cada mês, a Casa da Boia realiza uma visita guiada, ocasião em que os visitantes aprendem sobre a história da loja, de seu fundador e sobre o crescimento de São Paulo no início do século 20.

    O tour é uma viagem no tempo, acompanhada pelos historiadores Renata Geraissati e Diógenes Souza, e realizado em dois horários: das 10h30 às 12h30 e das 14h às 16h. A próxima visita está prevista para acontecer no dia 25 de setembro, com as inscrições abertas no site.  

    3. Empório Syrio

    O libanês Wadih Cury abriu o Empório Syrio em 1924, no Centro, para comercializar especiarias e doces árabes. Reconhecida como um patrimônio da cidade, a loja mantém a tradição e continua a vender produtos ‘árabes’, na mesma região de São Paulo. 

    Até hoje, o empório é gerenciado pela família Cury, e preserva em seu espaço um clima de nostalgia, com grãos e especiarias ainda armazenados em recipientes que lembram antigas barricas.  

    Localizada na rua Comendador Abdo Schahin, paralela à rua 25 de março, a loja começou como uma barraca de feira e foi crescendo, até se estabelecer no endereço atual, onde mantém sua essência. 

    No local, também é possível comprar frutas processadas (secas, cristalizadas e glaceadas), conservas, cereais e temperos, nacionais e importados.  

    4. A Fidalga

    É uma das mais conhecidas e tradicionais lojas de calçados da capital.

    Foi fundada em 1928, por José Hernandez, na esquina das ruas Quintino Bocaiuva e Benjamin Constant, no edifício Casa das Arcadas, no Centro Histórico. 

    Em funcionamento desde então, no mesmo endereço, o comércio mantém a decoração original, com sofás revestidos em veludo, provadores feitos em mogno, cadeiras de carvalho e galerias, onde os sapatos ficam expostos.

    Atualmente, a Fidalga é administrada pela filha de seu fundador, e os calçados foram se adaptando aos novos modelos e estilos, mas a qualidade e matéria-prima continuam sendo o grande diferencial da loja. 

    comercios tradicionais

    5. Livraria Calil

    Localizada há mais de 80 anos no 9º andar de um edifício na regia central da cidade, a Livraria Calil tem um acervo de quase 450 mil títulos da área de humanas, a maioria sobre temas relacionados ao Brasil.

    A loja foi fundada, em 1945, por Líbano Kalil, e hoje é comandada por Maristela e Murilo Montesanti, filha e neto de Líbano.

    A Calil é considerada um dos sebos mais antigos de São Paulo, onde é possível encontrar obras raras e esgotadas, além de gravuras e cartões-postais. O espaço oferece, ainda, serviços de encadernação e de restauração. 

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    Marina Barlati

    58 publicações

    Graduada em Comunicação Social / Jornalismo, com MBA em Marketing Digital. Tem experiência em jornais, revistas e assessoria de comunicação.