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Última modificação julho 16, 2025

Peça “Laudelina” estreia na SP Escola de Teatro

Espetáculo faz mergulho poético na memória e na luta das trabalhadoras domésticas negras

Laudelina Foto: Juliana Nascimento

Informações

  • Data de inicio e término

    18/07/2025 até 27/07/2025

  • Dias da semana e horários

    Sexta e sábado, às 20h30 | Domingos, às 18h

  • Endereço

    Praça Franklin Roosevelt, 210 - Consolação

    Ver no mapa

Mais detalhes

O espetáculo “Laudelina”, solo poético-documental, estreia no SP Escola de Teatro. A partir da trajetória de Laudelina de Campos Mello, trabalhadora doméstica, militante e uma das figuras mais emblemáticas da luta por direitos trabalhistas no Brasil, a peça retrata memória, política e ancestralidade.

O espetáculo conta com dramaturgia inédita assinada por Cristiane Sobral e Rafaele Breves e direção de Luiza Loroza. A atriz Rafaele Breves, que protagoniza “Laudelina”, entrelaça memórias íntimas de sua própria linhagem familiar, com a história de Laudelina.

“É um corpo em cena que traz não só a força das lutas passadas, mas também o peso e a beleza do que herdei das mulheres da minha família, que como Laudelina, foram cozinheiras, faxineiras, babás. E com esse solo, eu conto essa história como quem costura um tecido ancestral, ponto por ponto”, afirma Rafaele Breves.

Com realização da Dupla Companhia, o projeto reúne uma equipe formada majoritariamente por mulheres negras de diferentes regiões do país, conectando experiências do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Pará.

Como destaca o diretor artístico da companhia, Lucas Gonzaga, “Laudelina” faz parte de um projeto de pesquisa que atravessa diversas montagens do grupo.

“Temos como eixo a investigação entre Território, Memória e Identidade. ‘Laudelina’ surge como um gesto de escuta e permanência. Não é uma biografia encenada, mas uma evocação poética das vozes que foram apagadas da história oficial”.

A peça propõe ao público uma reflexão, por meio de relatos íntimos, registros históricos e imagens de resistência, sobre os impactos do trabalho doméstico na vida de milhares de mulheres negras brasileiras, muitas vezes invisibilizadas, exploradas e esquecidas.

“Descolonizar, às vezes, é descansar. É interromper o ciclo da exaustão, da obediência forçada, da entrega sem retorno. Com esse trabalho, queremos propor imaginação, invenção e desordem como formas de resistência”, pontua Rafaele.

Com “Laudelina”, a Dupla Companhia leva novas narrativas e estéticas para os palcos brasileiros, como já foi visto em outras montagens do grupo: “As Três Marias” (2022), “Ícaros” (2024) e “Nise em Nós” (2025).

“Estamos falando de um teatro que parte do chão da vida real, mas que se permite sonhar, porque, como dizia Fanon, ‘não se pode construir o que não se pode imaginar'”, conclui Gonzaga.

Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados clicando aqui.

  • Gratuito
  • Maiores de 12 anos

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