“A (Ré)tomada da Palavra” entra em cartaz

Espetáculo da Zózima Trupe é encenado em um ônibus e retrata as invisibilidades humanas

A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê Foto: Leonardo Souzza

Informações

  • Data de inicio e término

    04 jul até 28 set

Mais detalhes

A Zózima Trupe apresenta sua mais nova criação, “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, no Terminal Parque Dom Pedro II (de 4 a 13 de julho), na Praça das Artes (de 7 a 9 de agosto) e na Praça Franklin Roosevelt (de 18 de julho a 28 de setembro), com sessões às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h (e quinta, 7 de agosto às 20h).

A temporada é gratuita e reúne 30 apresentações — um marco inédito na trajetória do grupo, que tradicionalmente distribui sessões por múltiplas datas e locais. O projeto foi contemplado na 19ª edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

Uma mulher negra, usuária de cadeira de rodas, está no ponto de ônibus. Dá o sinal. O motorista não para e segue viagem. Esse é o mote criado pela Zózima Trupe para “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, espetáculo que celebra os 18 anos do grupo, em 2025. Quem dá vida à cena é a performer Ma Devi Murti, que usa o ônibus — objeto de pesquisa da companhia — como ponto de partida para refletir sobre esse meio de transporte enquanto espaço contemporâneo de opressão.

Com dramaturgia de Shaira Mana Josy — do Slam Dandaras do Norte — e Piê Souza, atuação de Ma Devi Murti e acompanhamento musical de Victória dos Santos & Aworonke Lima, o espetáculo dá voz às existências silenciadas, denunciando o descaso, a violência, o racismo, o capacitismo, o patriarcado e a pobreza.

A obra conta a história de Rosa, uma passageira comunicativa, trabalhadora da limpeza, que tem olhar atento para as injustiças sociais. Em certo dia, ela exige que o motorista pare para uma mulher negra em cadeira de rodas. Ao descer para ajudá-la, o público vê apenas uma cadeira de rodas vazia.

“Somente nossa protagonista enxerga essa mulher e começa a perguntar sobre sua vida. Nesse momento, criamos a imagem de um navio negreiro, porque muitas pessoas enxergam o ônibus como uma versão contemporânea desse espaço tão opressor”, explica o diretor Anderson Maurício.

Inspirado na trajetória de Flávia Diniz (1983–2024) — mulher preta, com deficiência, ativista, mãe solo, LGBTQIAP+ e integrante do coletivo VNDI (Vidas Negras com Deficiência Importam) —, o espetáculo revela as múltiplas camadas de opressão que atravessam mulheres negras e pessoas com deficiência, ao mesmo tempo em que reivindica espaço, voz e visibilidade.

A personagem também se inspira na ativista negra norte-americana Rosa Parks, que, em 1955, em Montgomery, Alabama, se recusou a ceder seu assento a um homem branco no transporte público. Seu gesto desencadeou um boicote de um ano aos ônibus da cidade e se tornou um marco na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, culminando na decisão da Suprema Corte que proibiu a segregação nesses veículos.

O espetáculo é gratuito e aberto ao público, com retirada de ingressos pelo Sympla.

Programação

  • Terminal Parque Dom Pedro II – Plataforma 0

Quando: 4 a 13 de julho, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h

Onde: Av. do Exterior, s/nº – Sé

Ingressos neste link

  • Praça das Artes- Flipei

Quando: 7, 8 e 9 de agosto – quinta, sexta e sábado às 20h

Onde: Av. São João, 281 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo

Ingressos neste link

  • Praça Franklin Roosevelt – S/N – Bela Vista

Onde: 18 de julho a 28 de setembro, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h

Link da Sympla

 

  • Acessível para cadeirantes
  • Gratuito
  • Maiores de 12 anos

Dados de contato