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Última modificação maio 12, 2025

Mãe de pet existe? Entenda a relação tutor-animal

Amar e tratar o bichinho de estimação como ‘filho’ são sentimentos realmente comparáveis à maternidade?

Mulher e seu filho peludo de quatro patas/ Stock

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    A expressão ‘mãe de pet’ é frequentemente usada para descrever as tutoras e donas de animais de estimação que os tratam como membros da família.

    Para essas pessoas, os bichinhos de estimação são mais do que apenas animais: eles merecem um amor incondicional, um amor de mãe, que protege e cuida deles como filhos.

    Mas, esse tipo de comportamento não está livres de críticas, já que as necessidades de crianças e de animais são muito diferentes, assim como a responsabilidade exigida em cada caso.

    Afinal, falar sobre ‘mãe de pet’ é realmente inadequado? Ou é um sentimento que existe mesmo? Esses amores podem ser comparados?

    O tema é polêmico e gera bastante discussão nas redes sociais, principalmente no mês de maio, quando é comemorado o Dia das Mães.

    Se você se sente e age como ‘mãe de pet’, saiba que não está sozinha – muita gente compartilha o mesmo amor e dedicação pelos seus animais de estimação. 

    E até a ciência estuda esse assunto: na Universidade de Azabu, localizada no Japão, foi realizada uma pesquisa para desmistificar esse assunto.

    O estudo, liderado pelo médico veterinário Takefumi Kikusui e publicado na revista Science, trata do amor entre cães e os humanos que convivem com eles, e os resultados mostram que a conexão estabelecida entre as pessoas e seus pets pode, sim, ser comparada ao amor materno.

    Segundo a pesquisa, nas duplas que têm convivência próxima, foi detectada a presença de ocitocina, substância considerada como o hormônio do amor. Ela está no organismo tanto dos cães quanto no de seus tutores, mostrando que ‘mãe de pet’ também é mãe.

    Como foi feita a pesquisa?

    Os pesquisadores reuniram 30 animais e seus tutores em um mesmo quarto durante 30 minutos. Não colocaram regras sobre as interações, então, os tutores poderiam trocar olhares, fazer carinho ou simplesmente conversar com seus animais, gatos ou cachorros.

    E, nesse período, observaram tudo o que acontecia entre eles. 

    Depois do experimento, notaram que quanto mais intensas as interações, maior era a quantidade de ocitocina detectada nas urinas de tutores e animais.

    Esse dado comprova a existência de uma ligação emocional e valida a expressão ‘mãe de pet’, já que essa substância também aparece em exames de mulheres que são mães, após a troca de olhares com seus bebês.

    Na fase final do estudo, os pesquisadores borrifaram o hormônio no focinho dos animais e os colocaram perto de seus tutores e duas pessoas desconhecidas.

    Os animais acabaram fixando o olhar nos tutores, que corresponderam ao gesto, demonstrando a existência de um ciclo de ocitocina, que se retroalimenta nessa relação.

    O mecanismo é semelhante ao observado nas interações entre mães e filhos humanos, reforçando o vínculo afetivo.

    Hormônio do amor

    A ocitocina é conhecida como o hormônio do amor. Ela é uma substância produzida no cérebro, conhecida por estimular as contrações uterinas durante o parto e por estimular a produção de leite materno.

    Além disso, é responsável por gerar o sentimento de bem-estar e por facilitar as interações sociais. 

    Mãe de pet existe sim! 

    O estudo dos pesquisadores japoneses não é o único que identifica a relação maternal entre as pessoas e os animais de estimação e, portanto, não restam dúvidas: mãe de pet existe e também é mãe.

    As descobertas de diferentes cientistas também mostram a importância dessa interação, tanto para os animais quanto para as pessoas. 

    A relação entre o ser humano e um animal de estimação pode criar laços de amor incondicional. | Foto: iStock

    As ‘mães de pets’ desenvolvem uma conexão especial e única com seus animaizinhos, que envolve carinho, dedicação e proteção, assim como as mães de pessoas experimentam com seus filhos. 

    Se antes os pets viviam do lado de fora das casas, hoje, muitos são criados como membros da família.

    No Brasil, a população de cães e gatos já superou a de crianças (até 12 anos). Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, em 2020, junto com o Instituto Pet Brasil apontou que o número de famílias multi espécie (termo usado para famílias que são compostas de humanos e animais de estimação) vem crescendo no país.

    Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD) de 2018, apontou que o número de crianças (pessoas de até 12 anos de idade) era de aproximadamente 35,5 milhões.

    O número de pets já era muito mais maior, 132 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos Para Animais de Estimação (Abinpet).

    Ser ‘mãe de pet’ é uma experiência única e gratificante, que pode trazer muita alegria e felicidade para a vida de uma pessoa.

    Embora haja desafios, os benefícios dessa relação valem a pena, pois têm um impacto positivo na saúde e no bem-estar. 

    Se você é uma ‘mãe de pet’, você provavelmente sabe que o amor e a companhia de seu animalzinho de estimação são insubstituíveis.

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    Marina Barlati

    18 publicações

    Graduada em Comunicação Social / Jornalismo, com MBA em Marketing Digital. Tem experiência em jornais, revistas e assessoria de comunicação.