A Páscoa é uma época de celebração, em que os chocolates e outros doces ficam em evidência. Mas, quem tem cães em casa precisa redobrar a atenção com os pets, que adoram ficar em volta da mesa durante as refeições: o chocolate, tão apreciado pelos humanos, pode ser extremamente perigoso para os cães, causando intoxicação e, em casos mais graves, levando à morte.
Nesta época, a ocorrência de acidentes não é rara, pois muitos cães acabam ‘roubando’ pedaços de chocolates, muitas vezes, sem que os tutores percebam.
Por isso, todo cuidado é pouco: a regra é nunca deixar os ovos de Páscoa e outros doces em locais a que os cães têm acesso.
Por que o chocolate é tóxico para cães?

Cachorro não pode comer chocolate tradicional. Foto: Sonja Rachbauer /iStock
O chocolate contém, entre outras substâncias, a teobromina, que não é metabolizada eficientemente pelo organismo dos cães. Com isso, ela permanece mais tempo na corrente sanguínea do animal, podendo causar sérios problemas de saúde.
E quanto maior a concentração de cacau no chocolate, maior é a quantidade de teobromina e, consequentemente, maior o risco de intoxicação.
Além da teobromina, outros componentes do chocolate podem potencializar os sintomas da intoxicação, como a cafeína, lactose, açúcares e gorduras.
A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central, e pode causar agitação, aumento da frequência cardíaca e tremores. A lactose, nos pets com intolerância, provoca diarreia e desconforto gastrointestinal.
Açúcares e gorduras, presentes em grandes quantidades, também levam a problemas digestivos, vômitos e diarreias. Nos chocolates sem açúcar, o vilão é o xilitol, um adoçante natural, que é extremamente tóxico para cães, e pode causar hipoglicemia e insuficiência hepática.
Diferentes toxicidades
Apesar de todos os chocolates feitos para pessoas serem inadequados para a alimentação dos pets, eles não são iguais no que diz respeito aos danos que podem causar.
Os diferentes tipos de chocolates apresentam quantidades variáveis de teobromina, pois ela está relacionada com a porcentagem de cacau usado em cada receita. Veja as diferenças:
- Chocolate branco: contém quantidades mínimas de teobromina, sendo o menos tóxico; mesmo assim, não é recomendado para cães, devido aos altos teores de gordura e açúcar;
- Chocolate ao leite: tem quantidade moderada de teobromina, e acaba sendo mais perigoso para cães pequenos, e se oferecido em grandes quantidades;
- Chocolate meio amargo a 60%: tem uma concentração significativamente maior de teobromina, o que aumenta o risco de intoxicação grave;
- Chocolate amargo e acima de 70% de cacau: são extremamente perigosos, pois têm altos níveis de teobromina, podendo ser fatais mesmo se consumidos em pequenas quantidades;
- Cacau em pó: é o produto mais tóxico de todos para os animais, com níveis muito elevados de teobromina, sendo muito perigoso para os cães.
Percebe-se que há uma relação direta entre a quantidade de teobromina presente nos chocolates, o tipo de animal e a gravidade da intoxicação. Isso porque o nível de toxicidade da teobromina varia conforme o peso do cão, agindo de maneira mais os menos grave de acordo com o tamanho do pet.
Veja, nas tabelas a seguir, quanto de teobromina existe nos diferentes chocolates (porção de 10 gramas) e quais são as porções que podem causar intoxicação, de intensidades leve a grave, em cães de diferentes portes:




O que fazer se o cachorro ingerir chocolate?
Como indicado nas tabelas, os tipos e a gravidade dos sintomas variam de acordo com a quantidade de chocolate ingerida e o porte do animal, mas entre os mais comuns, estão:
- Vômito e diarreia;
- Agitação e hiperatividade;
- Respiração acelerada (tauipneia);
- Aumento da frequência cardíaca;
- Tremores e convulsões;
- Insuficiência cardíaca (nos casos mais graves).
Se seu cãozinho apresentar um ou mais sintomas e você suspeitar que ele possa ter comido chocolate, a indicação é procurar um veterinário imediatamente, já que o tempo é um fator crucial para minimizar os danos.
O profissional pode induzir o vômito, administrar carvão ativado, para reduzir a absorção da teobromina, ou realizar outros procedimentos para estabilizar o animal. Quanto menor o cão, maior é o risco de intoxicação.
Para prevenir esse tipo de acidente, é importante seguir as dicas seguintes:
- Manter chocolates fora do alcance do seu pet;
- Informar familiares e amigos sobre os riscos de oferecer chocolate aos cães;
- Dar petiscos apropriados e seguros para seu animal de estimação;
- Para incluir o pet nas comemorações da Páscoa, procurar chocolates e petiscos específicos para cães.
Sim, existem chocolates feitos especialmente para cães, que são seguros e saborosos. Alguns exemplos são os ovos de Páscoa das marcas Petiko, Petiscão e Doogs, os cookies PremieR cães adultos cenoura & alfarroba, e os mini-brownies Nats cream balance.
Mesmo sendo adequados para os animais, esses petiscos devem oferecidos com moderação e sob a supervisão do tutor. Para garantir a saúde e o bem-estar do seu pet, é recomendado sempre consultar o veterinário antes de introduzir novos alimentos.
Lembre-se: cuidar da alimentação dos animais domésticos é uma demonstração de amor e responsabilidade. Nessa Páscoa, proteja seu amigo de quatro patas, e evite problemas de saúde que podem ser facilmente prevenidos!
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