Yamandu Costa e António Zambujo fazem show único

Show traz canções de Chico Buarque, Tom Jobim e Lupicínio, ritmos latinos e temas autorais

Yamandu Costa e António Zambujo Foto: Kenton Thatcher

Informações

  • Data de inicio e término

    25 mar

  • Dias da semana e horários

    Terça, às 22h

  • Endereço

    R. Bragança Paulista, 1281 - Várzea de Baixo

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  • Valores

    de R$ 120 a R$ 250

Mais detalhes

Depois do bem-sucedido “Prenda Minha”, álbum lançado em 2024, o violonista gaúcho Yamandu Costa e o cantor português António Zambujo iniciam turnê por 11 cidades brasileiras em março, celebrando uma amizade que vem desde 2008.

No próximo dia 25, fazem apresentação única no Tokio Marine Hall, em São Paulo. O repertório inclui desde canções de Chico Buarque, Tom Jobim e Lupicínio Rodrigues até pérolas do cancioneiro latino-americano, além de composições autorais. Voz e violão em perfeita sintonia a serviço da arte.

O setlist é um passeio pelas raízes musicais da dupla. Juntos no palco, eles interpretam clássicos da bossa nova, música tradicional portuguesa, choro, chamamé e guarânia, bem como bolero mexicano e “um monte de coisas diferentes que a gente gosta de ouvir”, segundo Yamandu.

Um dos destaques é “Nervos de Aço” (Lupicínio), cujos versos caem como uma luva no timbre marcante de Zambujo e no compasso de Yamandu ao violão de sete cordas. “Prenda Minha”, composição original do violonista em parceria com Paulo César Pinheiro, é linda de ouvir:

“Bela como a onça parda / Quando espreita a guarda / Quieta pra nos tocaiar / Pele quase cor de mate / Lábio de escarlate / Pronta pra beijar”, diz a letra.

A dupla também dá nova roupagem a temas consagrados do cancioneiro nacional, como “Valsinha”, de Chico Buarque e Vinícius de Moraes, “Gente Humilde” (Chico, Vinícius e Garoto), “Falando de Amor (Tom Jobim) e “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira.

Já os ritmos latino-americanos marcam presença com “Profecía”, do cubano Adolfo Guzmán, “Recuerdos de Ypacaraí” (Demetrio Ortiz e Zulema de Mirkin) e “Cosechero”, do argentino Rámon Ayala. A mistura de ritmos e sonoridades diversos é puro deleite para o público.

“A gente não segue fórmulas. Nossa parceria tem algo de intuitivo. O meu violão se propõe a abraçar a voz do Zambujo. O som das cordas é um fio condutor da letra. Formamos um duo de câmara”, brinca Yamandu.

O show traz ainda novidades para os fãs brasileiros. Yamandu e Zambujo gravaram este ano um segundo álbum, “Sur”, todo com músicas em espanhol (exceto por “Resposta ao Tempo”). O título remete às origens e à identidade cultural de ambos, que nasceram ao sul de seus respectivos países. Dessa nova safra, três canções estão presentes no show: a própria “Resposta ao Tempo”, de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, a valsa “Nube Gris”, de Eduardo Márquez Talledo, e “Volver a mi raiz”, de Lúcio Yanel.

“As nossas raízes vêm do Sul, daí o nome do álbum. Eu nasci no Alentejo, o Yamandu no Rio Grande do Sul. São regiões de traços culturais muito marcantes, que fazem parte da nossa educação musical. Fazemos música do nosso tempo, mas temos um pé fincado nas tradições. Isso acabou nos unindo. Essa turnê com Yamandu é um grande reaprendizado. Estamos descobrindo juntos caminhos que ainda não tínhamos explorado. É um privilégio cantar ao lado de um músico que tanto admiro”, diz Zambujo.

O disco foi gravado em apenas três dias no estúdio de Yamandu, em Lisboa. O trabalho reforça uma parceria que começou em 2008, quando Zambujo se apresentou pela primeira vez no Brasil. A amizade entre os dois foi quase instantânea. Naquele ano, Zambujo veio ao país para sua primeira apresentação, um show no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, para o qual convidou Yamandu através de um amigo em comum.

“Eu aceitei e combinamos um ensaio. Ali já teve uma sintonia, um entrosamento muito forte. Não conseguimos ensaiar para o show, mas viramos amigos de infância”, recorda o violonista.

Zambujo, por sua vez, já era um dos maiores intérpretes contemporâneos da música portuguesa – e um dos seus embaixadores no mundo.

Os dois chegaram a excursionar pelo Brasil em 2014, com apresentações em meia dúzia de cidades. Mas ambos tinham o desejo de ir mais longe e estreitar os laços musicais. A parceria foi reforçada há quatro anos, quando Yamandu fixou residência em Portugal – incentivado pelo próprio Zambujo.

A nova temporada de shows começou no Auditório Nacional de Madri, em janeiro. Até o fim do ano, a agenda de ambos está lotada.

“Trabalhamos de maneira muito simples. Não temos paciência para regravar a mesma canção diversas vezes. Queremos tirar o suco do momento, do jeito que a canção fala. Temos uma sintonia fina no estúdio e no palco. Eu sempre fui mais solista. Acredito que a voz é um instrumento. E o que me encanta na parceria com o Zambujo é que procuramos um lugar que está acima da canção. Às vezes nem é preciso tocar muitas notas. Eu deixo a palavra falar mais alto”, diz Yamandu.

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