Peça “Quem Casa Quer Casa 4.0” entra em cartaz

Primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro atualiza comédia clássica de Martins Pena.

Quem Casa Quer Casa 4.0 Foto: Julio Aracack

Informações

  • Data de inicio e término

    08 mar até 30 mar

  • Dias da semana e horários

    Sábados, às 21h | Domingos, às 20h

  • Endereço

    R. Amaral Gurgel, 164 - Vila Buarque

    Ver no mapa
  • Valores

    de R$ 25 a R$ 50

Mais detalhes

O espetáculo “Quem Casa Quer Casa 4.0”, que entra em cartaz no Teatro Paiol Cultural, é a primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro. A peça, uma adaptação coletiva da obra de Martins Pena com direção de Bryan Parasky e dramaturgia de Adriane Hintze, revisita o clássico da comédia brasileira “Quem Casa Quer Casa” sob uma ótica contemporânea, abordando os desafios da convivência familiar e relações LGBTQIAPN+.

“Quem Casa Quer Casa 4.0” transporta os dilemas familiares da obra original para um contexto atual, explorando com humor as transformações nas dinâmicas familiares e sociais. Inspirada na Indústria 4.0 (também chamado de Quarta Revolução Industrial, o termo diz respeito à modernização das fábricas com tecnologias como inteligência artificial, robôs e internet das coisas), o texto reflete a influência da tecnologia, das redes sociais e das novas formas de relacionamento sem perder a essência cômica da história.

“A dramaturgia foi inspirada no texto de Martins Pena, mas passou por adaptações significativas para dialogar com questões contemporâneas. Mantivemos a premissa central, mas ajustamos o contexto para incluir os temas que o grupo queria abordar. Incorporamos elementos da tecnologia e discussões ligadas à comunidade LGBTQIAPN+, criando uma fusão entre a estrutura do clássico e as novas narrativas que trouxemos para a peça”, conta a dramaturga Adriane Hintze.

O diretor da peça, Bryan Parasky, complementa:

“O grupo trabalhou com jogos de improvisação e diálogos sobre a contemporaneidade das relações, com ênfase na vivência LGBTQIAPN+. As cenas surgiram organicamente, permitindo que os atores explorassem os conflitos e nuances dessas relações. O processo revelou a necessidade de consolidar essa nova versão, o que nos levou a trazer uma dramaturga para lapidar o texto. Assim, transformamos a peça sem perder sua essência: o embate cômico entre sogra e nora, cada uma determinada a assumir o comando da casa”.

Na peça original, escrita em 1845, o dramaturgo carioca Martins Pena retrata uma família tradicional que vive conflitos quando um casal recém-casado precisa viver sob o mesmo teto dos pais. As disputas de espaço e poder entre gerações resultam em situações cômicas e reflexivas. Na versão 4.0, a trama ganha novos contornos ao retratar os desafios de aceitação e convivência familiar vividos por um um casal LGBTQIAPN+ composto por Sabrina, uma mulher cis, e Paulina, uma mulher trans.

“As personalidades das personagens originais serviram como alicerce para reescrevermos nossa história em um contexto atual. Mantivemos o embate central: a matriarca da família, dona da casa, confronta a nora recém-chegada, que também deseja ter voz ativa nesse lar. No entanto, ao contrário da versão original, nossa Paulina não enfrenta apenas as disputas cotidianas da convivência familiar, mas também o preconceito da sogra, que resiste em aceitar a nova configuração conjugal entre sua filha, Sabrina, e Paulina. Ainda assim, a peça preserva o tom farsesco e os conflitos domésticos característicos de Martins Pena, como uma homenagem ao mestre da comédia de costumes”, complementa o diretor.

A ambientação atualizada insere o enredo em um apartamento urbano moderno, refletindo as realidades das grandes cidades. Questões como o impacto da tecnologia, debates sobre identidade de gênero e conflitos intergeracionais são incorporadas à trama, ampliando sua relevância para o público.

“O embate entre nora e sogra continua sendo sobre poder, mas agora sob uma nova perspectiva: a disputa gira em torno da organização da festa de um ano de casamento da filha e da nora. Esse conflito se intensifica à medida que a sogra revela seu preconceito, expondo posturas homofóbicas e transfóbicas. Ela funciona como um reflexo de uma sociedade que ainda reproduz essas violências de forma estrutural. Com essa abordagem, queremos provocar reflexões sobre preconceito, intolerância e as dinâmicas familiares”, conclui a dramaturga.

Saiba mais sobre o diretor, dramaturga e elenco da peça acessando este link.

Para adquirir os ingressos, clique aqui.

Sinopse

“Quem Casa Quer Casa 4.0” é uma adaptação moderna da clássica comédia de Martins Pena, transportando os dilemas familiares para o século 21. Com humor e emoção, a peça explora temas contemporâneos de amor, aceitação e convivência, refletindo as complexidades das relações LGBTQIAPN+ na sociedade atual. Prepare-se para uma narrativa envolvente onde o amor e a compreensão vencem o preconceito.

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