Chega a São Paulo primeira mostra de Slim Aarons na América do Sul

Mais detalhes

Com cerca de 50 anos de trabalho dedicado a clicar celebridades em seu “habitat natural”, o fotógrafo americano George Allen Aarons, mais conhecido como Slim Aarons (1916-2006), tem sua primeira exposição individual na América do Sul realizada na Galeria Mario Cohen, em São Paulo.

Com entrada gratuita, a mostra inédita “La Dolce Vita” apresenta 20 imagens selecionadas pela curadoria de Mario Cohen, que representa o fotógrafo com exclusividade no Brasil. Todas as obras serão comercializadas.

Conhecido como o fotógrafo capaz de capturar a essência da “boa vida”, termo que serviu de inspiração para o título da mostra, Slim deixou sua marca na história da fotografia como um antropólogo visual, cujo legado permanece como importante referência também para profissionais de outras áreas, como design, arte, decoração e moda. Sobre esta última, o próprio Aarons costumava dizer que não era um fotógrafo de moda, mas fotografava “pessoas em suas roupas, que viraram moda”.

A seleção de imagens cedidas pela Getty Images Gallery, detentora de todos os direitos da produção de Aarons desde 1996 – quando um dos fundadores da plataforma, Mark Getty, a comprou do próprio Slim -, traz cenas hedônicas, imersas em uma atmosfera sensual e descontraída, iluminadas pela luz solar do sudoeste dos Estados Unidos, ou do verão mediterrâneo da costa da Itália ou da França.

Nessas imagens, é possível ver de praias paradisíacas a festas à beira da piscina, ambientes que serviam como pano de fundo para o lifestyle da alta-sociedade. Na contramão das fotos dos ricos e famosos que costumavam circular na época, os retratos de Aarons tornavam essas personalidades objeto de fascínio, dando-lhes uma aura elegante e despretensiosa.

“Estamos muito felizes em sediar a primeira exposição individual do Slim Aarons no Brasil. O fotógrafo americano foi um dos grandes nomes de seu tempo, ao documentar a sociedade e o estilo de vida de uma época esteticamente rica, como foram os anos 1960. Aaron era um insider, tinha a habilidade, o charme e a boa elegância de conviver nesse mundo. Desenvolveu um olhar único para antecipar os movimentos e tendências da moda ao retratar gente bonita, celebridades, lugares excepcionais, hotéis e praias cinematográficas. Por isso, as pessoas gostavam de ser fotografadas por ele, algo muito diferente de um paparazzi. E agora podemos ver uma seleção de alguns de seus mais icônicos retratos nessa mostra”, afirma o curador.

Embora sua inserção nesse universo fosse natural, seu início na fotografia se deu por meios não tão “dolci”. Após servir no exército americano durante a Segunda Guerra Mundial, tendo visto os campos de concentração nazistas, ele decidiu se afastar da cobertura bélica e seguir registrando apenas “pessoas atraentes, fazendo coisas atraentes em lugares atraentes”, como costumava dizer.

Ao longo da carreira, seu estilo único chamou a atenção de importantes revistas de lifestyle, que passaram a tê-lo como colaborador, como a TIMES, LIFE, Holiday, Town & Country, Vogue, Harper’s Bazaar e Travel&Leisure.

Na exposição “La Dolce Vita” o público poderá ver mais de perto essas icônicas imagens e entender como seu olhar influenciou toda uma geração. “Que emoção para Slim fazer sua estreia sul-americana na Galeria Mario Cohen. Os visitantes da galeria ficarão encantados com sua visão particular, paleta de cores brilhantes e estilo atemporal”, completa o curador da Getty Images Gallery, Shawn Waldron.

Sobre Slim Aarons

Nascido George Allen Aarons em Manhattan, em outubro de 1916, Slim Aarons foi um icônico fotógrafo conhecido por seu trabalho de cobertura social do lifestyle da alta-sociedade americana e europeia. Órfão desde jovem, foi criado pelos avós em New Hampshire, onde ganhou sua primeira câmera.

Após servir no exército durante a Segunda Guerra Mundial, ganhando uma Medalha “Purple Heart” (condecoração concedida aos mortos e feridos durante o serviço militar), Aarons decidiu se afastar da cobertura bélica para perseguir sua paixão por fotografar “pessoas atraentes, fazendo coisas atraentes em lugares atraentes”, como costumava dizer.

Trabalhou como freelancer para a revista LIFE, onde documentou estrelas de cinema e gângsteres, desenvolvendo um estilo único de capturar momentos espontâneos, como a famosa “Poolside Gossip” (1970). Após sua aposentadoria, em 1991, seu arquivo permaneceu adormecido até ser adquirido pela Getty Images em 1996, garantindo que seu legado continuasse a brilhar. Aarons faleceu em maio de 2006, aos 89 anos de idade.