Gisela Colón apresenta mostra “Matéria Prima”

Exposição no Instituto Artium traz esculturas orgânicas e instalações de arte.

Gisela Colón_Plasmático O Quarto Estado da Matéria_Matéria Prima Créditos: Divulgação

Informações

  • Data de inicio e término

    25 out até 03 out

  • Dias da semana e horários

    Quarta a sexta, das 12h às 18h | Sábado e domingo, das 10h às 18h

  • Endereço

    Rua Piauí, 874 – Higienópolis

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Mais detalhes

A artista porto-riquenha-americana Gisela Colón expõe sua obra “Matéria Prima”, no Instituto Artium de Cultura. Gisela Colón é conhecida por suas obras eco feministas, que abordam questões ecológicas, cósmicas e universais.

“Matéria Prima” é a primeira exibição institucional da artista em São Paulo. As esculturas orgânicas de estrutura totêmica e ativadas pela luz de Gisela Colón, junto a suas monumentais instalações de arte ambiental, exploram a percepção humana e desafiam os espectadores a vivenciarem transformações no espaço em tempo real.

Colón tem um processo artístico que utiliza materiais de alta tecnologia, como acrílicos ópticos e fibra de carbono, bem como material coletado em locais importantes na trajetória de vida da artista. Além disso, Colón é conhecida por ser a pioneira do “minimalismo orgânico”, um estilo que evoca a energia da terra, memórias biológicas ancestrais e conceitos de tempo, gravidade e forças universais da natureza.

Com curadoria de Simon Watson, “Matéria Prima” busca provocar um diálogo entre as esculturas orgânicas luminescentes da artista e a arquitetura histórica neoclássica do Palacete Stahl, sede do Instituto Artium.

A exposição começa na parte externa, onde Colón transforma os jardins do instituto através de uma instalação artística composta por três monólitos parabólicos, uma forma escultural poderosa que ela tem integrado em suas intervenções de Land Art ao redor do mundo. Neste oásis com vegetação exuberante, os totens translúcidos surgem do solo como se fossem árvores futuristas, integrando-se de forma harmoniosa à floresta urbana, a flora e a fauna de São Paulo.

Os monólitos de Colón combinam futurismo com artefatos culturais antigos e estruturas primitivas misteriosas. O formato, à primeira vista, remete a formas geométricas aerodinâmicas, semelhantes a projéteis utilizados em situações de vigilância e guerra. Essa referência evoca a história conturbada do colonialismo militarizado no Caribe, bem como as complexas experiências pessoais da artista com a violência armada.

No entanto, para Colón, o monólito também ressoa, em sua vertiginosa verticalidade, com os impressionantes picos montanhosos da Floresta Tropical de El Yunque e da Cordilheira Central em Porto Rico, que são uma duradoura fonte de inspiração e matéria-prima para a artista. Através das mãos de Colón, a violência de um projétil se transforma na forma primordial e enigmática da montanha, simbolizando um ato de cura transformador e decolonial.

Já através do monólito, Colón reconfigura histórias entrelaçadas em uma linguagem universal, transformando formas de violência, deslocamento e morte em símbolos de cura, luz e vida.

Colón utiliza a palavra “plasmático”, referindo-se ao quarto estado da matéria criado sob pressão intensa e superaquecimento, como uma metáfora para descrever a experiência de vida latino-americana. “Assim como o plasma”, diz ela, “nós emergimos de uma opressão profunda, transformando-nos em montanhas que brotam das forças geológicas sob a terra, ou supernovas que explodem no espaço. A superfície mutável e iridescente da escultura encapsula poeticamente a natureza evolutiva de nossa luta colonial, entrelaçando-se em um diálogo sinérgico com as condições culturais, etnográficas e históricas deste importante sítio brasileiro.”

Ao ativar os espaços calcários centenários do Palacete Stahl, as esculturas em formato de cápsula orgânica de Colón evocam um senso de mistério. Elas canalizam as origens do universo, incluindo o big bang e vestígios do início da vida. Além disso, fazem referência a estruturas dentro do corpo humano, como nossas mitocôndrias e DNA.

As esculturas em formato de cápsula refletem as investigações de Colón sobre a teoria das cores. Através de uma experiência prismática de luz, sem o uso de tinta, a artista cria o que ela chama de “cor estrutural”. Como recipientes de cor estrutural, as esculturas apresentam um espectro de cores fluido quando observadas de diferentes pontos de vista, uma função da refração da luz que se manifesta no mundo natural.

Desse modo, as formas assimétricas e “humanizadas” de Colón incorporam características da vida orgânica, alterando e transformando suas qualidades físicas conforme os fatores ambientais. Isso facilita uma experiência perceptual de cor como luz em tempo real, permitindo aos espectadores imaginarem fenômenos perceptuais “impossíveis”, como cores imaginárias.

A artista apresenta, simultaneamente, uma exposição paralela correlacionada intitulada “O Quarto Estado de Matéria”, na Galeria Raquel Arnaud com curadoria de Marcello Dantas.

Entrada: Gratuita

  • Acessível para cadeirantes
  • Acessível para deficientes auditivos
  • Acessível para deficientes visuais

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